Terça-feira, 19 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2019
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) anunciou nesta quinta-feira (18) que não proibirá um pesticida amplamente utilizado por agricultores e associado a deficiências de desenvolvimento e outros problemas de saúde em crianças.
A decisão de não proibir o uso do pesticida, o clorpirifós, vem depois de anos de disputas legais, e representa uma vitória para a indústria química e os agricultores, que fizeram lobby para continuar usando a substância, argumentando que é necessário proteger as plantações.
Uma corte federal americana decidiu, em agosto passado, que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos deveria banir o uso do clorpirifós até meados de julho deste ano. No entanto, a agência afirmou que as evidências apresentadas sobre os danos da substâncias não são “suficientemente válidas, completas ou confiáveis”. A EPA acrescentou que continuará revisando a segurança do clorpirifós até 2022.
O produto, vendido sob o nome comercial de Lorsban, já foi proibido para uso doméstico, mas continua sendo amplamente utilizado pelos agricultores no cultivo de mais de 50 frutas, nozes, cereais e hortaliças.
O governo do presidente Barack Obama decidiu banir o clorpirifós em 2015, após estudos produzidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos mostrarem que o pesticida tinha o potencial de prejudicar o desenvolvimento do cérebro de crianças. No entanto, em 2017, o governo do presidente Donald Trump reverteu essa proibição, desencadeando uma nova rodada de disputas judiciais.
Popularidade no Brasil
O clorpirifós é um dos agrotóxicos mais vendidos do Brasil. Segundo dados do Ibama , órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente , o uso desse agrotóxico no Brasil atingiu o pico em 2014, quando mais de 16 mil toneladas foram comercializadas.
Desde então, o número de vendas começou a cair até atingir pouco menos de 6.500 toneladas em 2017, último dado disponível.
Mesmo com a queda, a quantidade ainda é bem maior que a registrada em 2009 (pouco menos de 3 mil toneladas), quando a série histórica de dados sobre o tema começou a ser feita pelo Ibama.