Quinta-feira, 02 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2015
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outras cinco centrais sindicais, organizações do movimento popular e partidos de esquerda realizam paralisação nesta sexta-feira em pelo menos 17 Estados do País. Os trabalhadores protestarão em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas e contra a terceirização e as MPs (medidas provisórias) 664 e 665 – que endurecem as regras para a concessão do seguro-desemprego, abono salarial, pensões por morte e auxílio-doença – do ajuste fiscal proposto pelo governo federal. “A terceirização só interessa aos empresários, que se utilizam desta prática criminosa que precariza ainda mais relações de trabalho, reduz salários e aumenta os riscos de acidentes e mortes no trabalho, com o único objetivo de aumentar ainda mais seus lucros à custa dos/as trabalhadores/as”, de acordo com a CUT.
Também participarão das mobilizações do chamado Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Outro grupo envolvido será o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Rio Grande do Sul
Apenas 30% da frota dos ônibus de Porto Alegre devem circular nesta sexta-feira, conforme o sindicato dos rodoviários. O Ministério Público do Trabalho no RS informou nessa quinta-feira que obteve uma liminar para garantir o funcionamento do sistema metroviário da cidade. O Sindicato dos Trabalhadores Metroviários e a Trensurb deverão assegurar trabalhadores suficientes à manutenção dos serviços de transporte metroviário à população nos horários de pico, assim considerados das 5h30min às 8h30min e das 17h30min às 20h30min. Para os ônibus, deverá haver exercício de 50% da frota nos horários de pico (6h às 9h e das 16h30min às 19h30min), e de 30% da frota nos demais horários. O descumprimento da decisão acarreta em multa no valor de 30 mil reais.
Devido à paralisação, a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional autorizou as empresas da Região Metropolitana da capital gaúcha a circularem nesta sexta-feira com passageiros em pé. Todas as companhias da região devem ter reforço da frota.
Centenas de pessoas devem se manifestar durante a tarde na Praça da Matriz, no Centro da cidade. Há uma caminhada marcada para começar ao meio-dia, com concentração em frente à sede da Fecomércio, na avenida Alberto Bins. O Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre não recebeu orientação sobre o funcionamento do setor.
Além do transporte, o ato deve afetar outros serviços na capital gaúcha. O Cpers-Sindicato (Centro dos Professores do Estado do RS) aderiu à greve. A orientação às escolas é para que não haja aula nesta sexta-feira. O Sindicato dos Professores do Ensino Privado também convocou a categoria para participar do ato.
O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Casas de Saúde do RS informou que parte das atividades no Hospital de Clínicas será afetada. Está marcada uma manifestação, que deve ocorrer em frente à instituição.
Serviços bancários serão prejudicados. O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região aprovou a adesão à paralisação. A categoria não informou sobre o funcionamento das agências.
Aderem à mobilização os servidores municipais que há mais de uma semana estão em greve por conta da falta de acordo com a prefeitura de Porto Alegre. O Sindicato dos Municipários da cidade recorreu à Justiça para impedir o desconto de faltas durante a greve. A ação pleiteia que a prefeitura municipal proceda ao pagamento da remuneração no último dia útil deste mês, conforme previsto na Lei Orgânica do município, se abstendo de realizar descontos relacionados aos dias de paralisação.
Os funcionários públicos estaduais se unem à paralisação. Já os servidores do Judiciário têm uma assembleia marcada para a manhã desta sexta-feira, na qual deverão discutir a possibilidade de aderir à greve no País. Os funcionários da aviação civil ainda estavam por decidir se fariam ou não paralisação.
Brasil
As maiores manifestações devem acontecer em São Paulo. Algumas agências bancárias serão fechadas, e outras, ocupadas pelo MTST. Os professores da rede estadual estão em greve desde o dia 13 de março. Devem ser registrados atos também no Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Sergipe e no Tocantins.
Com as MPs e outras medidas do ajuste fiscal aprovadas no Congresso, as centrais sindicais pretendem discutir nos próximos dias uma greve geral em todo o Brasil. “Há a possibilidade de greve geral no País, por conta das medidas que estão sendo aprovadas pelo Congresso, o ritmo acelerado que as votações estão acontecendo. Isso será discutido, sim”, diz Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP.