Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de dezembro de 2023
O cheiro das lágrimas das mulheres é capaz de reduzir em mais de 40% a agressividade masculina e provocar mudanças no cérebro. De acordo com um estudo feito por pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, as gotas podem ter evoluído ao longo do tempo para proteger os bebês que choram de perigos.
Poder das lágrimas
Há muitos anos, pesquisadores tentam desvendar o poder das lágrimas. Trabalhos anteriores já haviam mostrado que o cheiro das lágrimas femininas reduzia a testosterona masculina, mas não estava claro se isso afetava o comportamento.
Filmes tristes
No novo estudo, os pesquisadores coletaram lágrimas escorrendo pelos rostos das mulheres enquanto assistiam a filmes tristes. Em seguida, 31 homens cheiraram soro fisiológico ou essas lágrimas coletadas e participaram de um jogo computadorizado usado em psicologia para provocar comportamentos agressivos ao deduzir injustamente os pontos dos jogadores.
Scanner cerebral
Os resultados, publicados na revista científica Plos Biology, mostraram que o comportamento agressivo foi 43,7% menor quando os homens cheiravam as lágrimas das mulheres em comparação com solução salina. Outros testes realizados com o auxílio de um scanner cerebral revelaram que após sentir o cheiro das lágrimas havia mais conectividade funcional entre regiões que lidam com cheiros e agressões, enquanto a atividade nas redes de agressão era menor.
“A redução da agressão foi impressionante para nós, parece real”, disse Noam Sobel, professor de neurobiologia no Instituto Weizmann de Ciência, em Israel.
Interações sociais
Apesar dos resultados, os pesquisadores acreditam que é pouco provável que os produtos químicos presentes nas lágrimas tenham muito impacto nas interações sociais dos adultos. Mas eles especulam que a composição das lágrimas pode ter evoluído para proteger os bebês vulneráveis.
Ingrediente ativo
O próximo passo do laboratório é tentar identificar o ingrediente ativo nas lágrimas. Isso abriria a porta para a fabricação da substância e potencialmente para seu uso para reduzir tendências agressivas. As informações são do jornal O Globo.