Sábado, 30 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2017
Prestar atenção nos ingredientes dos produtos industrializados e reduzir o consumo de açúcar são hábitos essenciais para quem busca melhorar a própria qualidade de vida. Contudo, quando vão adoçar sua bebida, muitas pessoas ainda tem dúvidas na hora de escolher
Pensando nisso, separamos algumas dicas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para ajudá-lo a entender a diferença entre cada e fazer a melhor opção. Confira:
O ideal seria preservar o gosto naturalmente doce dos alimentos, fazendo um uso bastante moderado do produto. Mesmo porque consumir açúcar refinado em excesso pode causar hiperatividade, inflamações, acne, lipogênese (acúmulo de gordura corporal) e ainda o risco de desenvolvimento da diabetes. Entre as opções do produto, estão:
• Refinado: o ideal é substituí-lo por outra opção, pois ele perde mais de 90% de seus nutrientes no processo de refinamento, além de conter substâncias químicas que o ajudam a ficar branco e fino.
• Cristal: outro que também perde praticamente todos os seus nutrientes, apesar de não possuir tantos aditivos químicos quanto a versão refinada.
• Mascavo: por não precisar passar pelo processo de branqueamento, cristalização e refino, contém uma maior concentração de nutrientes, com destaque para o cálcio e o ferro.
• Demerara: apesar de também passar por um leve processo de refinamento, não recebe nenhum aditivo químico, o que ajuda a preservar melhor seus nutrientes.
• Orgânico: não possui nenhum tipo de ingrediente artificial e tem o mesmo poder adoçante, apesar de ser mais grosso e escuro do que a versão refinada.
• Light: trata-se da combinação entre o açúcar refinado comum e adoçantes artificiais, deixando-o com maior poder adoçante. Cuidado para não usar demais.
• Mel: contém cálcio, fósforo, potássio, sódio e manganês, vitaminas C e B e proteínas, além de possuir nutrientes funcionais como FOS (frutooligossacarídeos), importantes para o funcionamento do intestino.
ATENÇÃO: açúcar mascavo e mel são mais saudáveis por conterem mais nutrientes, no entanto, assim como o açúcar branco, aumentam a glicemia e favorecem o ganho de peso.
Unicamp desenvolve versão zero açúcar para bala mastigável
Uma bala mastigável com zero de açúcar, redução calórica de 52% em relação à bala tradicional, não provoca cáries e não deixa os diabéticos com água na boca. Esse é o resultado de um estudo de doutorado em tecnologia de alimentos na Unicamp, em Campinas (SP), que durou cinco anos.
Para o sucesso da pesquisa, Lidiane Bataglia da Silva, da Faculdade de Engenharia de Alimentos, contou com os benefícios do açaí, rico em antioxidantes e em componentes que dispensaram a adição de gordura, corantes e aromas artificiais.
Lidiane realizou o estudo em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), onde atua como pesquisadora do Cereal Chocotec. Ela usou um ingrediente comum em alguns chicletes, o poliol, que pode ser obtido por meio de diversos tipos de açúcares, mas é menos doce.
“É obtido comercialmente por meio da conversão de açúcar em álcool pelo processo de hidrogenação catalítica. Exemplo, a partir da glicose, frutose (os açúcares das frutas), lactose (açúcar do leite) e sacarose (açúcar que se usa em casa)”, explica Lidiane.
Os polióis são edulcorantes de baixa intensidade, bem diferentes dos adoçantes comuns – edulcorantes de alta intensidade -, que, aliás, são bem mais doces do que a sacarose, por exemplo.
Na bala, Lidiane tirou o açúcar e o xarope de glicose, encontrados das balas tradicionais, e usou os polióis eritritol (obtido com a fermentação da glicose) e isomalte (proveniente da sacarose) e o xarope de maltitol na composição.
Alto teor de antioxidantes
Por conta da combinação com a fruta, a bala também agregou um alto teor de antioxidantes, provenientes do açaí, que se mantiveram na composição do doce, mesmo após o armazenamento por seis meses.
Os antioxidantes são vitaminas, minerais e outras substâncias químicas que ajudam a proteger as células do organismo de substâncias prejudiciais produzidas durante seu metabolismo.
Além disso, o açaí também tem ácidos graxos essenciais – não produzidos pelo organismo e só adquiridos pela alimentação – na sua composição, que são os ômegas 6 e 9.
Presença de fruta estimula consumo
A pesquisadora ressaltou a preocupação do mercado de doces e confeitos em valorizar os produtos que contenham fruta de verdade, e não só o aroma. Segundo ela, é isso que os consumidores procuram. Além do impacto no mercado, foi o uso da fruta que tornou, na prática, a bala mais saudável.
Lidiane afirma que outras frutas também podem ser usadas para obter a bala mastigável mais saudável, mas é preciso observar como os componentes vão se comportar ao serem aliados aos polióis.