Quarta-feira, 01 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2016
Sérgio Riera, advogado do lobista e delator Fernando Baiano, afirmou que seu cliente confirmou em depoimento à Justiça Federal no Rio nesta segunda-feira (1º) as acusações contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que já tinham sido feitas em seu acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava-Jato.
Baiano e os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa depuseram como testemunhas de acusação em um dos processos da Lava-Jato em que Cunha é réu. O deputado afastado acompanhou a sessão junto com seus advogados.
“Ele confirmou ter intermediado pagamentos ao deputado afastado Eduardo Cunha. Os valores chegavam por intermédio de Alberto Youssef, a mando de Julio Camargo, e eram entregues a uma pessoa da confiança de Cunha, num escritório no Centro do Rio”, afirmou Riera. Segundo o defensor de Baiano, os advogados de Cunha fizeram diversas perguntas.
Baiano também afirmou ter entregado cerca de R$ 4 milhões a Cunha, em diversos pagamentos, ainda segundo o advogado. Cunha já negou as acusações por diversas vezes – inclusive no Conselho de Ética da Câmara, durante seu processo de cassação.
Baiano foi a terceira e última testemunha ouvida nesta segunda na 9ª Vara Federal Criminal do Rio. Outros três depoimentos estão marcados para terça (2), a partir das 10h.
Cunha acompanhou depoimentos
O deputado afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou por volta das 14h desta segunda-feira (1º), à sede da Justiça Federal no Rio, onde foram ouvidas três testemunhas de acusação num dos processos da Operação Lava-Jato em que o parlamentar é réu. Cunha é suspeito de desviar recursos públicos em contratos de fretamento de sondas para a Petrobras. Ele deixou o fórum pelos fundos assim que os depoimentos terminaram.
As três testemunhas – os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano — já haviam chegado à 9ª Vara Federal Criminal, no Centro do Rio naquele horário. Nenhum deles, no entanto, falou com os jornalistas. Cerveró e Baiano atualmente cumprem pena de prisão domiciliar, enquanto Costa já foi beneficiado pela progressão de regime e cumpre pena no regime semiaberto.
Por volta das 15h, Paulo Roberto Costa deixou a Justiça Federal após prestar depoimento. Ele falou por cerca de 50 minutos e saiu sem falar com a imprensa. Pouco depois foi a vez de Cerveró sair, também sem falar com a imprensa.
Depoimento levou cerca de 1 hora.
As testemunhas foram indicadas pelo Ministério Público na primeira ação penal aberta contra Cunha (sobre o recebimento de propinas na contratação de navios sonda pela Petrobras, em 2006 e 2007). A ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida, também é alvo do mesmo processo.
Paulo Marcos de Farias é o juiz assistente do Supremo Tribunal Federal (STF) que tomará os depoimentos dos três. Ele é auxiliar do ministro Teori Zavascki, responsável pela ação penal contra Cunha. (AG)