Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2019
Mercenários de empresas privadas de segurança que prestam serviço para o governo russo foram enviados por Moscou a Caracas para ajudar a proteger o ditador Nicolás Maduro, alvo de protestos nas ruas convocados pela oposição.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (25) pela agência de notícias Reuters, que cita fontes próximas às empresas contratadas. Apenas uma das pessoas, porém, foi identificada na reportagem.
A Rússia apoia o governo de Maduro e já investiu bilhões de dólares no país.
O presidente Vladimir Putin ligou na quinta (24) para o ditador para reiterar essa posição e afirmar que Moscou não reconhece o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que na quarta (23) se autodeclarou presidente interino.
Além da Rússia, Caracas também tem o suporte da China, enquanto a oposição é apoiada pelos governos dos EUA, do Brasil e por outros países da América Latina, além da União Europeia – esta de modo menos enfático.
Ievgueni Chabaiev, líder de um grupo paramilitar cossaco ligado às empresas de mercenários, disse que ouviu que o número de mercenários russos na Venezuela pode chegar a 400, mas fontes anônimas disseram à Reuters que o contingente é menor.
Ele disse ainda que o grupo teria viajado da Rússia para Havana em aviões fretados e de lá pegado voos comerciais para a Venezuela, onde chegaram no início da semana, alguns dias antes dos protestos de quarta contra Maduro.
Simpatizantes da oposição
A tarefa dos mercenários contratados na Venezuela é proteger Maduro de qualquer tentativa de simpatizantes da oposição em suas próprias fileiras de atacá-lo, disse Chabaiev. “Nosso pessoal está lá diretamente para sua proteção”, afirmou.
Outras pessoas, que não foram identificadas, também confirmaram que a principal missão do grupo é proteger o ditador.
Segundo a Reuters, registros de voos mostram que desde o final de 2018 diversas aeronaves ligadas ao governo e à Força Aérea russa fizeram voos para Havana e Caracas.
Procurados pela agência, os governos da Venezuela e de Cuba se recusaram a responder e o russo disse que não tinha informação sobre o assunto.
Os mercenários em questão são ligados ao Grupo Wagner, uma mistura de entidade paramilitar com empresa privada formada principalmente por ex-soldados russos.
Forças do grupo teriam participado clandestinamente e por ordem de Moscou das guerras na Síria e na Ucrânia – Putin apoia tanto o ditador Bashar al-Assad em damasco e as forças rebeldes que lutam contra Kiev.