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Por Redação O Sul | 19 de abril de 2016
Conhecido principalmente pelos tremores, o mal de Parkinson tem sido cada vez mais diagnosticado, e a tendência é que esse aumento continue nos próximos anos. Segundo o médico Cláudio Correa, isso acontece devido à crescente população acima dos 65 anos, faixa de maior prevalência da doença.
Embora o Parkinson ainda não tenha cura, os tratamentos que melhoram a qualidade de vida desses pacientes têm evoluído. “Eles são voltados para controlar os sintomas mais incapacitantes, como os tremores e a rigidez muscular”, afirma Corrêa.
O mal de Parkinson caracteriza-se pela degeneração dos neurônios produtores de dopamina na parte profunda do encéfalo, conhecida como substância negra. As causas ainda são estudadas. O conjunto de sintomas é formado pelos movimentos involuntários, os tremores, além de lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, instabilidade postural, caminhada em marcha característica, depressão e alterações na fala, na deglutição e na escrita.
Tratamentos.
Por ser uma doença que não tem cura, o tratamento multidisciplinar com medicamentos, fisioterapia, fonoterapia, psicoterapia e acompanhamento nutricional são fundamentais para garantir a qualidade de vida e diminuir os sintomas. Dentre as possibilidades de tratamentos não medicamentosos, destacam-se os exercícios físicos responsáveis por estimular a reeducação neuromotora e auxiliar na regulação hormonal desses pacientes.
Um dos procedimento que também tem sido bastante adotado para tratar os sintomas da doença é a Neuroestimulação Profunda do Encéfalo, que consiste no implante de eletrodos na região afetada pelo Parkinson. “Esses eletrodos são colocados estrategicamente, de acordo com o quadro clínico do paciente. Eles funcionam ligados em uma bateria, o neuroestimulador, que é colocada na mesma região que um marca-passo para o coração”, explica Corrêa.
Ele destaca que esse tratamento não é tão recente, mas que a tecnologia vem evoluindo, e as baterias, que antes duravam de dois a três anos, hoje têm autonomia de nove anos ou mais. “Eles voltam a fazer atividades mais básicas do dia a dia, como abotoar a camisa ou se alimentar sem a ajuda de outras pessoas”, afirma. Conforme o médico, isso acontece porque a neuroestimulação controla os movimentos involuntários e diminui a intensidade da rigidez muscular, sendo possível, inclusive, reduzir a quantidade dos medicamentos administrados para o controle da doença.
Já o tratamento cirúrgico é indicado para pacientes que já não respondem satisfatoriamente à medicação e ainda não estão com os movimentos muito comprometidos. É um procedimento que pode ser realizado com anestesia local e com baixo índice de complicação operatória.
Causa.
A causa do mal de Parkinson ainda não é conhecida, exceto em alguns casos, como em pessoas que trabalham com inseticidas ou que lutam boxe e têm traumatismo craniano repetitivo. Contudo, acredita-se que fatores genéticos e ambientais estejam relacionados ao desenvolvimento da doença.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 1% da população mundial acima dos 65 anos tem a doença e, no Brasil, acredita-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.
Ainda que não se tenha como prevenir o aparecimento da doença, a adoção de hábitos saudáveis pode retardar o aparecimento e a gravidade dos sintomas, segundo especialistas.