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Brasil O candidato Jair Bolsonaro propõe a ampliação do ensino à distância para reduzir os custos com a educação e “combater o marxismo”. O presidenciável disse que alguns pais já preferem educar e alfabetizar seus filhos em casa

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“Se eu for presidente, eu saio da ONU. Não serve para nada essa instituição”, disse Bolsonaro. (Foto: Thyago Marcel/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) candidato do PSL à Presidência da República, propõe a ampliação do EAD (ensino à distância) como solução para acabar com o que ele considera como influência indesejável das ideologias de esquerda na educação.

“Com o ensino à distância, você ajuda a combater o marxismo. E você pode começar a fazer o ensino a distância uma vez por semana. Você ajuda a baratear o ensino no Brasil”, afirmou ao ser questionado sobre suas propostas para a educação.

Questionado para quais ocasiões ele propõe essa modalidade de ensino, ele disse que poderia ser do ensino fundamental ao superior: “Pode ser para o ensino fundamental e médio, até universitário. Todos à distância, depende da disciplina. O ensino ‘fisicamente’ [presencial] é em época de prova ou então em aulas práticas”.

Ainda segundo ele, alguns pais já preferem educar e alfabetizar seus filhos em casa. O presidenciável também garantiu já ter escolhido um titular para o Ministério da Educação, mas preferiu manter o sigilo: “Eu tenho um nome que está bastante avançado, mas tenho vários nomes que não posso falar porque talvez seja do próprio Ministério e, agora, ele sofreria retaliações”.

O capitão reformado do Exército voltou a criticar a ideologia de gênero e defendeu a escola sem partido. “Escola sem partido é liberdade”, afirmou. “Pode até discutir política dentro da sala de aula, mas não perseguir ninguém por sua ideologia. Isso ai é que é escola sem partido”.

Paulo Freire

Bolsonaro disse ainda que pretende “retirar do MEC” a influência do filósofo Paulo Freire (1921-1997), um dos pensadores mais respeitados na história da educação, tendo influenciado o movimento chamado “pedagogia crítica”.

“Você pega um garoto, um chinês, um japonês ou um israelense, e aos 15 anos ele já sabe balancear uma equação química, ele já sabe de cor o livro de física. O nosso garoto tem pensamento crítico mas está ‘decidindo’ se vai ser homem ou mulher, que é a grande questão da vida dele, e militância política”, provocou.

O deputado elogiou a educação militar, dizendo que ela é capaz de preparar melhor os alunos para eles ingressarem nas universidades.

Ainda sobre propostas, Bolsonaro disse que, se for eleito, não manterá o Ministério de Segurança Pública, criado pelo governo de Michel Temer. Outra pasta que seria cortada seria a dos Direitos Humanos: ambas seriam transformadas em secretarias.

O presidenciável reconheceu que tem evitado fazer piadas para fugir de críticas. Embora tenha feito toda sua carreira política em torno de declarações polêmicas, ele tem suavizado seu discurso para desfazer a imagem de racista, misógino e homofóbico.

“A gente quer chegar ao Palácio do Planalto mas não pode perder autenticidade. Esse Brasil tá muito chato. Contar piada de cearense cabeçudo dá o maior problema do mundo, de gaúcho macho, de goiano… Não pode brincar mais no Brasil, cara”, prosseguiu.

Questionado sobre o que pensa do ditado popular que diz que “entre briga de marido e mulher não se mete a colher”, Bolsonaro se esquivou: “Vocês já estão querendo achar que eu sou conselheiro matrimonial aqui, mas não sou”.

Sobre alguma proposta para mulheres, o presidenciável disse que, se chegar ao Planalto, tentará aprovar no Congresso Nacional a castração química para estupradores, mas disse se tratar de uma pauta difícil de ser aprovada, “por impedimento da esquerda”.

Ele confirmou que participará dos debates presidenciais que têm início esta semana, mas disse que responderá o que quiser: “Vai lá o candidato x, fala um montão de impropérios. Eu vou responder o que eu quero responder. O cara pode perguntar de abóbora e eu responder só abacaxi. É o meu momento de mostrar o que eu pretendo fazer ao Brasil, não respondendo, ficando preso a clichês, a rótulos”

tags: educação

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