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Saúde Menor Suplementos anti-idade prometem retardar o envelhecimento; mas eles realmente funcionam?

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Especialistas questionam a eficácia dos suplementos e apontam riscos do consumo excessivo. (Foto: Reprodução)

Não se iluda: muitos exploradores do passado tentaram e nenhum foi capaz de encontrar a fonte da juventude. A lenda serve de metáfora para pessoas que se valem de produtos de suplementação alimentar para retardar os efeitos do envelhecimento, os chamados suplementos anti-idade. A reportagem conversou com especialistas para saber qual é a ação no organismo de algumas substâncias encontradas nesses produtos e se eles proporcionam os efeitos que as pessoas desejam.

A professora Ligiana Pires Corona, do Laboratório de Epidemiologia Nutricional da Universidade Estadual de Campinas, informa que a maioria desses suplementos são constituídos de nutrientes com ação antioxidante. Isso quer dizer que, entre outras coisas, combatem o excesso de radicais livres no organismo, responsáveis pelo envelhecimento precoce das células. É o caso, por exemplo, da coenzima Q-10, do selênio e da glutationa.

“Esse envelhecimento precoce ocorre não somente na pele, que é o que vemos, mas também em outras células no corpo como, por exemplo, músculos e células imunológicas. Então, os suplementos à base de nutrientes antioxidantes poderiam auxiliar a combater esse envelhecimento celular”, explica Ligiana.

No entanto, ela ressalta que a ingestão de suplementos é apenas uma medida auxiliar na busca por envelhecimento mais saudável e só surte efeito acompanhada de alimentação saudável e atividade física.

Outros especialistas são ainda mais enfáticos. É o caso do doutor Nelson Lucif Jr., médico nutrólogo responsável pelo departamento de geriatria da Associação Brasileira de Nutrologia. Ao se referir ao termo anti-idade, ele brinca que “tem gente procurando milagre e tem gente ‘vendendo’ milagre”. Ele também explica que a base para atenuar os efeitos do envelhecimento é a prática de atividade física e alimentação balanceada.

“Você precisa saber o que você quer, qual o objetivo que você quer atingir e a base de tudo é alimentação e atividade física. Aí você pode pôr algumas substâncias para auxiliar nessa ou naquela função. Isso é o que existe com lógica e com alguma ciência em si”, disse.

O consenso entre todos os especialistas procurados é que os suplementos deveriam ser usados para aquilo que o seu nome já diz: uma complementação na dieta diária. Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Marcelo Broenstein ressalta que suplementação alimentar só deve ser indicada por médicos a pacientes que não conseguem obter todos os nutrientes diários de uma dieta saudável.

“Isso tem sempre que ser orientado por um médico ou nutricionista, não pode ser algo assim de ir na farmácia e tomar por conta própria. E é preciso tomar muito cuidado com médicos mal-intencionados que dizem que suplementos e hormônios podem rejuvenescer, isso não existe”, defendeu Marcelo. Ele ainda falou que pessoas da terceira idade geralmente são mais suscetíveis a deficiências em sua dieta diária, por isso é comumente prescrito suplementação a elas.

Associações científicas e agências reguladoras estabelecem uma quantidade diária ideal de consumo de tais nutrientes e os suplementos só são recomendados para quem apresenta ingestão abaixo da quantidade diária ideal. Por isso é fundamental que, antes de comprar este tipo de produto, é fundamental que se consulte um médico especialista.

Doutor Nelson Lucif Jr. argumenta que experiências científicas comprovam que o organismo elimina o excesso de vitaminas do tipo hidrossolúveis através da urina. Dessa forma, suplementos constituídos desses nutrientes podem simplesmente não fazer efeito algum. Já no caso de vitaminas do tipo lipossolúveis, o excesso pode se depositar no organismo e, dependendo de qual vitamina se está falando, causar intoxicação.

O médico nutrólogo do departamento de gastroenterologia da Universidade de São Paulo, professor Joel Faintuch cita os efeitos colaterais que a ingestão em excesso de alguns nutrientes encontrados em suplementos anti-idade pode causar: “Para alguns minerais já existem efeitos bem caracterizados. Por exemplo, a arginina pode dar diarreia e baixar a pressão arterial; a vitamina A pode causar dor de cabeça e hipertensão intracraniana; vitamina C pode levar a pedra nos rins; coenzima Q-10 pode levar a intolerâncias gastrointestinais”.

O cerne da questão é: suplementos anti-idade são compostos de vitaminas e nutrientes que nosso corpo utiliza para suas funções, por isso eles podem, sim, ter algum efeito benéfico no organismo. Porém, nenhum suplemento fará mágica e trará seu corpo jovem de volta. Além de ser impossível, pode ser perigoso pois excesso de nutrientes pode fazer mal à saúde. Não adianta fugir, só alimentação balanceada e prática cotidiana de atividade física retardam as marcas do envelhecimento. (AE)

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https://www.osul.com.br/suplementos-anti-idade-prometem-retardar-o-envelhecimento-mas-eles-realmente-funcionam/ Suplementos anti-idade prometem retardar o envelhecimento; mas eles realmente funcionam? 2017-07-11
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