Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de outubro de 2018
Pelo menos 1.200 detentos fugiram de três prisões diferentes na Indonésia, aproveitando da confusão gerada pelo terremoto que atingiu a ilha de Célèbes e deixou pelo menos 844 mortos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (1) pelo governo.
Segundo um responsável do Ministério da Justiça, Sri Puguh Utami, os presos fugiram das penitenciárias de Palu, uma das mais atingidas pela catástrofe, e Donggala.
A prisão de Palu foi construída para abrigar 120 pessoas. Depois do tremor ocorrido na sexta-feira (28), seguido de um terremoto, 581 detentos fugiram do local. “Depois do terremoto a água entrou no prédio e os prisioneiros entraram em pânico”, disse Utani.
De acordo com ele o início de inundação não foi provocado pelo tsunami. “Eles fugiram porque se assustaram com o terremoto”, declarou.
Já a prisão de Donggala foi incendiada pelos próprios prisioneiros, provocando a fuga de 343 pessoas. De acordo com o Ministério da Justiça, os presos estavam preocupados com suas famílias e queriam uma permissão especial para sair.
Diante da demora da autorização, botaram fogo no estabelecimento, que abriga principalmente condenados por tráfico de drogas e corrupção. Uma terceira prisão do país foi atingida, mas as autoridades não deram maiores detalhes.
Falta água, combustível e medicamentos
O terremoto deixou pelo menos 844 mortos e 48 mil deslocados, segundo um último balanço divulgado pelo porta-voz da agência de gestão das catástrofes, Sutopo Purwo Nugroho.
Mas esse número ainda pode subir. Falta água, combustível e medicamentos. As redes elétricas e de telecomunicações e falta equipamentos pararam de funcionar para as equipes de resgate procurarem sobreviventes nos escombros.
O governo lançou um apelo à comunidade internacional pedindo ajuda humanitária. Os voluntários começaram nesta segunda a enterrar as vítimas em uma fossa comum. Os corpos estão sendo colocados em locais improvisados. A tragédia é maior do que o tsunami que atingiu a ilha de Lombok, deixando mais de 500 mortos.
Alertas falharam
Alertas de tsunami à população local da ilha de Sulawesi, atingida por um terremoto, falharam no “último quilômetro”, fazendo muitos se surpreenderem com as ondas de até 6 metros de altura, de acordo com um centro de pesquisa alemão que desenvolveu um sistema de alerta usado na Indonésia.
Surgiram dúvidas sobre a razão de os sistemas de alerta aparentemente terem falhado depois que um terremoto de magnitude 7,5 ocorreu no litoral indonésio na sexta-feira.
“O problema foi a comunicação entre as autoridades locais e as pessoas, por exemplo na praia, como em Sulawesi”, disse Joern Lauterjung, diretor de geo-serviços da GFZ, à Reuters TV.
A Alemanha disponibilizou um sistema de alerta desenvolvido pelo GFZ à Indonésia depois que um tsunami devastador matou 226 mil pessoas em 2004.
Lauterjung afirmou que o sistema funcionou como planejado, prevendo ondas de até 3 metros no noroeste de Sulawesi.
“Se você olhar toda a cadeia de alerta, da criação de um sinal de alerta até o último quilômetro, como dizemos, até a população local em perigo, houve um problema ali”, disse. “Por exemplo, parece que sirenes não funcionaram, e não houve alertas à população local com alto-falantes em vans da polícia”, acrescentou.