Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de setembro de 2022
Uma pessoa de 1,70 m deveria ter, no máximo, 85 cm de cintura, apontam estudos.
Foto: PixabayCada centímetro extra na cintura aumenta em 11% o risco de insuficiência cardíaca e representa um perigo maior para a saúde cardíaca do que o peso total. É o que aponta um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido, e apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em Barcelona,na Espanha.
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração se torna incapaz de bombear adequadamente o sangue para nutrir o organismo. Ela acomete 2% da população mundial, o que corresponde a cerca de 26 milhões de pessoas. A condição é considerada uma consequência de outros problemas cardíacos, como hipertensão, infarto e doenças inflamatórias, como a miocardite.
Indicadores do Ministério da Saúde mostram o avanço do problema com o aumento de 60% da prevalência da obesidade no Brasil nos últimos dez anos, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O sobrepeso na população também subiu de 42,6% para 53,8% no período. Ou seja, a maioria dos brasileiros está acima do peso ideal.
Os acadêmicos analisaram dados de 430 mil britânicos com idades entre 40 e 70 anos que foram rastreados em média por 13 anos. Cada centímetro adicional em um tamanho de cintura saudável foi associado ao maior risco de um evento cardíaco, como ataque cardíaco, derrame ou arritmia cardíaca.
Cerca de 20% daqueles com as maiores cinturas eram 3,21 vezes mais propensos a sofrer de problemas do coração do que os 20% de voluntários com as cinturas mais finas.
Mas aqueles com o maior índice de massa corporal (IMC), que leva em conta peso e altura, eram apenas 2,65 vezes mais propensos a sofrer de problemas do coração do que aqueles com o menor. Cada unidade extra de IMC aumentou as chances de insuficiência cardíaca em 9%.
Durante o período do estudo, houve 8.669 eventos de insuficiência cardíaca durante o estudo, com muitos resultando em morte.
O principal autor do estudo, Ayodipupo Oguntade, aconselhou medir anualmente a cintura para monitorar o risco. “Sabemos que a gordura ao redor dos órgãos do abdômen é muito ativa e contém muitos fatores inflamatórios que podem causar doenças cardiovasculares”, de acordo com Oguntade, em comunicado.
Ter uma circunferência de cintura medindo a metade da sua altura é um tamanho considerado “saudável”. Por exemplo, uma pessoa de 1,70 m deveria ter, no máximo, 85 cm de cintura, apontam estudos.