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Por Redação O Sul | 23 de julho de 2022
A população brasileira está cada vez mais velha. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2021, o Brasil passou a ter mais de 10% de sua população formada por idosos com 65 anos ou mais de idade.
De acordo com o levantamento, no ano passado a população brasileira foi estimada em 212,5 milhões de pessoas. Destas, 21,6 milhões tinham 65 anos ou mais de idade, o que representa 10,2%.
Em 2012, ano em que teve início a série histórica da pesquisa, a população brasileira era estimada em 197,7 milhões de pessoas, das quais 15,2 milhões tinham 65 anos ou mais de idade, o que representava 7,7% do total de habitantes.
Ou seja, em dez anos, enquanto a população brasileira registrou crescimento de 7,7%, o número de idosos de 65 anos ou mais teve um salto quase seis vezes maior, de 41,6%.
A maior parcela da população (88,1 milhões) tinha entre 30 e 59 anos no ano passado. Os adolescentes entre 14 e 17 anos, por sua vez, representavam a menor parcela (12,3 milhões).
O contingente de crianças entre 0 e 13 anos (41 milhões) somava cerca de um milhão a mais que o número de pessoas no grupo de 18 a 19 anos (40,1 milhões).
O IBGE destacou que pessoas de 30 anos ou mais passaram a representar 56,1% da população total em 2021. Esse percentual era de 50,1% em 2012. No mesmo período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população – um aumento de quase 40%.
Em contrapartida, o grupo de pessoas com menos de 30 anos de idade teve queda de 5,4% no mesmo período. A maior redução foi observada no grupo que reúne adolescentes de 14 a 17 anos, que encolheu 12,7% na década.
“Os dados mostram a queda de participação da população abaixo de 30 anos e, também, dessa população em termos absolutos. Essa queda é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade que vem ocorrendo no país nas últimas décadas e que já foi mostrada em outras pesquisas do IBGE”, apontou o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto.
Com o envelhecimento da população, vem caindo a razão de dependência etária dos jovens e aumentando a dos idosos. Tal indicador aponta o peso do segmento etário considerado economicamente dependente sobre o grupo potencialmente ativo.
Entre 2012 e 2021, o indicador para crianças e adolescentes caiu de 34,4 em 2012 para 29,9 em 2021, enquanto o dos idosos aumentou de 11,2 para 14,7 no mesmo período.
“Esse indicador revela a carga econômica desses grupos sobre a população com maior potencial de exercer atividades laborais. Sabemos que há idosos ativos no mercado de trabalho, além de pessoas em idade de trabalhar que estão fora da força. Mas o indicador é importante para sinalizar a potencial necessidade de redirecionamento de políticas públicas, inclusive relativas à previdência social e saúde”, ponderou o pesquisador Geaquinto.
De modo geral, a população masculina é mais jovem que a feminina. Em todos os grupos etários a partir dos 30 anos de idade as mulheres formavam maior proporção que os homens.
“Nascem mais homens do que mulheres, mas essa diferença vai diminuindo à medida que a idade avança, já que a mortalidade tende a ser maior entre eles”, explicou Geaquinto.
Em 2021, as mulheres representavam 51,1% dos brasileiros, enquanto os homens, 48,9%. Segundo o IBGE, nos dez anos da série histórica da pesquisa não houve variação significativa da população na análise por sexo.
O IBGE ressalvou que as estimativas de sexo e classes de idade no Brasil, por ser alinhada com as Projeções Populacionais, ainda não incorporam os efeitos da pandemia, como a queda no número de nascimentos e o aumento dos óbitos.
“Com os resultados do Censo 2022, esses parâmetros serão atualizados”, afirmou o IBGE.