Cerca de 99,8 mil casas (residências, prédios e condomínios) foram destruídas ou danificadas pelas chuvas e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde a última semana. Os dados parciais da tragédia são válidos para o período de 29 de abril até a terça-feira (7).
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o prejuízo estimado é de R$ 4,6 bilhões. Desse total, R$ 465,8 milhões são no setor público, R$ 756,5 milhões no setor privado e a grande maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 3,4 bilhões de danos, informou o CNM.
Principais setores privados afetados:
Agricultura: R$ 435 milhões em prejuízos;
Pecuária: R$ 134,7 milhões em prejuízos;
Indústria: R$ 92 milhões em prejuízos;
Comércios locais: R$ 37,5 milhões em prejuízos;
Demais serviços: R$ 52,2 milhões.
Principais setores públicos afetados:
Danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras): R$ 333,6 milhões em prejuízos;
Obras de infraestrutura (pontes, estradas, calçamento, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 91,3 milhões em prejuízos;
Sistema de transportes: R$ 8,4 milhões em prejuízos;
Assistência médica emergencial: R$ 7,4 milhões em prejuízos;
Sistema de esgotamento sanitário: R$ 7,4 milhões em prejuízos;
Limpeza Urbana e remoção de escombros: R$ 6,2 milhões em prejuízos;
Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 3,3 milhões em prejuízos;
Sistema de ensino: R$ 2,9 milhões em prejuízos;
Abastecimento de água: R$ 2,8 milhões em prejuízos.
Atividade econômica
O estado de calamidade pública que atingiu o Rio Grande do Sul, além das irrecuperáveis perdas humanas, trouxe também impacto econômico. Com mais de 67% dos municípios do Estado afetados, a indústria gaúcha ainda calcula os prejuízos em sua produção, bem como as consequências para as exportações.
“As perdas econômicas são inestimáveis no momento. Uma infinidade de empresas teve suas dependências completamente comprometidas. Além dos danos gigantescos de capital, os problemas logísticos devem afetar de forma significativa todas as cadeias econômicas do Estado”, afirma o presidente em exercício da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), Arildo Bennech Oliveira.
Um estudo preliminar realizado pela UEE (Unidade de Estudos Econômicos) da Fiergs aponta que os 336 municípios atingidos pelas chuvas, conforme o Decreto estadual nº 57.603, de 5 de maio, correspondem a mais de 80% da atividade econômica do Estado.
Segundo o levantamento da UEE, os municípios afetados representam 80,3% do VAB (Valor Adicionado Bruto), 78,2% do VAB industrial, 86,4% dos estabelecimentos industriais, 87,2% dos empregos do setor, 89,1% das exportações da Indústria de Transformação e 83,3% da arrecadação de ICMS com atividades industriais.