Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 3 de agosto de 2021
Na saída do Palácio da Alvorada, residência oficial, o presidente Jair Bolsonaro mandou ontem vários recados, ao conversar com um grupo de apoiadores. O presidente voltou a questionar a resistência o TSE em apoiar o aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Bolsonaro disse que o ministro Barroso “quer eleições sujas e não democráticas em 2022”.
Ele lembrou que “os mesmos ministros que anularam as condenações de Lula, agora serão responsáveis pela condução das eleições de 2022”.
“Vamos pegar a realidade, é a realidade. Os mesmos que o tornaram elegível é que vão contar os votos na sala secreta. Acha que não vai voltar? Quem quer eleição suja e não democrática é o ministro Barroso. Esse cara se intitula como quem não pode ser criticado. Ele foi para dentro do parlamento fazer lobby”. Sobre o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro o define como “picareta, bêbado, cachaceiro, incompetente e corrupto”.
Safadeza de Renan Calheiros para atacar liberdade de imprensa
A pandemia começou em 2020. Mas o enrolado Renan Calheiros, usando sua carteira de senador, propõe a quebra do sigilo de 139 pessoas e empresas, entre jornalistas, veículos e blogs a partir de 2018. Resta aguardar qual o poder de Renan sobre os demais senadores, para aprovar a proposta absurda, um grotesco ataque à liberdade de imprensa.
Clube de Opinião repudia ataque à liberdade de imprensa
Por ora, neste cenário de cumplicidade das entidades de imprensa, apenas o Clube de Opinião do Rio Grande do Sul, que há 18 anos luta em favor das liberdades, e que reúne alguns dos principais jornalistas do sul do País, emitiu nota para “protestar contra o aumento da escalada de discursos e ações contra a liberdade de imprensa no Brasil, sem distinção em relação à origem ideológica que ela assume. É uma forma de intimidação despudorada, inaceitável, recorrente no âmbito da CPI, visando impor censura e autocensura, o que é pior”.
Fux adverte a magistrados sobre envolvimento com a política
Embora ignorado por grande parte da imprensa, um tópico relevante do pronunciamento feito ontem pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, aliás, único juiz concursado a integrar a Suprema Corte, foi dirigido aos próprios ministros e juízes em geral.
Ele destacou o afastamento que magistrados devem ter do meio político. “Por outro lado, a sociedade não espera de magistrados o comportamento que é próprio e típico de atores políticos. O bom juiz tem como predicados a prudência de ânimos e o silêncio na língua. Sabe o seu lugar de fala e o seu vocabulário próprio”, completou Fux. Um recado sob medida para os demais integrantes do STF.
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