A dor nas costas está presente em 80% da população mundial adulta, sendo que de 30 a 40% destas pessoas apresenta hérnia de disco lombar de forma assintomática, ou seja, não sentem dor e de 2 a 3% sentem dor associadas com a hérnia de disco, aparecendo mais em homens (4,8%) e em mulheres (2,5%) acima dos 35 anos.
Existem três tipos de hérnia de disco: a protusão discal, mais comum em que o núcleo do disco fica mais largo (mas permanece intacto), podendo ter contato com regiões de sensibilidade e levando a dores ou incapacidade de movimentos; a extrusa quadro mais sério, no qual o núcleo do disco se deforma e se rompe, eliminando o líquido gelatinoso que o compõe, podendo comprimir raízes nervosas e fechar o canal por onde passam; e a sequestrada, situação de maior gravidade, pois a parede do disco se rompe e o líquido gelatinoso vaza para dentro do canal medular, causando inflamações e uma compressão contínua.
Diante da baixa taxa de dor causada pela hérnia de disco (entre 2% e 3%), é sugestivo analisar a queixa do paciente em relação à dor, localização, irradiação, fatores de alívio ou de piora, dentre outras características que possam demonstrar o estado e a intensidade dos sinais e sintomas.
Por ser uma queixa multifatorial, diversos fatores como levantamento de cargas com técnica ruim, postura incorreta, estruturas de sustentação frágeis, trauma severo, entre outros podem gerar traumas nos discos. O quadro clínico típico envolvendo esses traumas inclui dor e alteração da funcionalidade na região de vértebras e em membros inferiores. Dependendo da gravidade da hérnia, pode evoluir para uma lombociatalgia, conhecida, muitas vezes como dor ciática.
Devido às inúmeras possibilidades de manifestação, devemos estar atentos às suas formas atípicas e preparados para realizar um apurado diagnóstico diferencial. O tratamento conservador é a primeira melhor opção diante de um quadro leve sem comprometimento da funcionalidade. O tratamento cirúrgico é de exceção e reservado apenas para os casos de insucesso do tratamento conservador, déficit neurológico progressivo ou síndrome da cauda equina.
Além de dor localizada na coluna lombar, pode irradiar-se para glúteos, coxas e joelhos. Inicialmente, de forma aguda e piorando com o esforço físico, se tornando muitas vezes um problema crônico. Um dos fatores determinantes é a menor estabilidade da região pela necessidade corporal de maior movimentação nesses locais vertebrais.
A constatação de um diagnóstico depende dos sinais e sintomas, do exame físico, do conhecimento da desconformidade, dos mecanismos de lesão, da sensibilidade da palpação do examinador e da capacidade de realizar os testes corretamente. É importante realizar vários procedimentos para confirmar de forma precisa o que está acontecendo, pois é possível que algum teste forneça resultados falso-positivos devido ao surgimento de sintomas em estruturas próximas. Portanto, a utilização de um conjunto de testes proporciona melhor eficácia no diagnóstico. O exame neurológico é muito importante para analisar se a dor lombar vem associada com radiculopatia.
É possível tratar a hérnia de disco seguindo as recomendações do profissional da saúde, com o uso correto de medicamentos, aderindo a terapias e praticando atividades físicas supervisionadas. O importante é sempre evitar um esforço além do limite do paciente.
Profissionais como o Osteopata, Fisioterapeuta, Medico e o Educador Físico estão aptos para realizar o diagnóstico diferencial e direcionar o tratamento, realizando-o de forma multidisciplinar. Portanto, o reconhecimento precoce dessa associação permite um tratamento direcionado e diminui as incapacidades.