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Passa de 200 o número de mortos na tragédia de Petrópolis, no Rio

O município mantém 13 escolas abertas para o acolhimento dos moradores de área de risco. (Foto: Reprodução)

As buscas por vítimas em Petrópolis, na Serra Fluminense, entraram nesta quarta-feira (23) no 9º dia. Segundo o Corpo de Bombeiros, já são 204 mortos na tragédia da semana passada. Pelo menos 51 pessoas estão desaparecidas.

Na tarde desta quarta-feira, as ruas de Petrópolis voltaram a ficar alagadas por causa de uma forte chuva. Houve registros de chuva em Valparaíso, na Mosela, no Quitandinha e no Bingen. Quem estava na rua usou marquises de construções para se abrigar.

Nas redes sociais, moradores demonstram medo e apreensão. “Eu nunca tive medo de chuva, mas depois do que aconteceu aqui em Petrópolis semana passada eu não prego o olho quando escuto barulho de trovão ou chuva. Pra melhorar, voltou a chover e já está alagando tudo.”

Sirenes acionadas

Com um registro de 41 milímetros de chuva em uma hora, a Defesa Civil acionou o toque de mobilização das sirenes do Quitandinha, nas localidades do Duques, Amazonas e Rio de Janeiro.

Anteriormente, o órgão já havia acionado as sirenes de todos os distritos para alertar sobre a ocorrência de chuva no município, que pode ter intensidade moderada a forte ao longo da tarde e da noite.

A rua Bingen registrou inundação e foi interditada pelas equipes da CPTrans, com o apoio de militares. Motoristas estão sendo orientados a desviar. Além disso, um trecho do asfalto em frente à Universidade Estácio cedeu. Ninguém ficou ferido.

Pontos de apoio

O município mantém 13 escolas abertas para o acolhimento dos moradores de área de risco. Até o momento, 811 pessoas estão abrigadas nesses locais.

Recomeço

Uma semana depois do temporal, os moradores ainda tentam recomeçar e organizar suas vidas.

O Morro da Oficina, no Alto da Serra, foi o local mais atingido pelo temporal, deixando uma comunidade inteira devastada pela lama. As pessoas ainda sofrem com a falta de água e de energia elétrica.

No local, o trânsito foi liberado. Entretanto, é possível ver um cenário de devastação. Condomínios destruídos, fios e postes aos pedaços, lixos espalhados pelas ruas e parte da calçada arrancada pela correnteza.

A rua Teresa, que liga o centro de Petrópolis ao Alto da Serra, também ficou castigada. A impressão é que a chuva caiu há cerca de um dia. Uma máquina escavadeira permanece no local retirando entulhos e tentando varrer os vestígios do desastre.

Descaso

Trinta e quatro anos se passaram desde aquela noite em fevereiro de 1988. Ainda assim, a resposta do poder público continua precária. À época, foi registrada que a escassez no efetivo foi, a princípio, suprida por quase 40 militares do Exército que imediatamente foram para as ruas.

As equipes de resgate, considerando homens da Defesa Civil de Petrópolis, da Polícia Militar e do Exército, somavam 800 pessoas. Mesmo assim, o efetivo era insuficiente para lidar com a tragédia humanitária.

O mesmo cenário de 1988 se repetiu neste ano, no último dia 15. Restou à população petropolitana fazer a remoção de escombros e tentar resgatar corpos de familiares e amigos.

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