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Por Redação O Sul | 31 de julho de 2018
Quando se pensa em vacina para viajantes, a primeira que vem à cabeça é a da febre amarela. Com razão: nada menos do que 133 países exigem o certificado que comprova a imunização contra a doença para que um turista de uma área com circulação do vírus — como é o caso do Brasil — possa cruzar a fronteira. Entre essas nações, estão Austrália, Colômbia e China. Já nos Estados Unidos e em quase toda a Europa, o comprovante de imunização não é exigido. Ainda assim, médicos recomendam que a população brasileira esteja vacinada, com dose única.
O CIVP (Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia) é emitido na hora, e é importante que, no caso da vacina da febre amarela, seja aplicada no mínimo dez dias antes do início da viagem.
Nenhuma outra doença preocupa tanto as autoridades internacionais como a febre amarela. Em segundo lugar, vem a pólio, cuja vacina é exigida por Egito, Índia e Maldivas, por exemplo. Mas, em geral, a exigência é só em relação a viajantes que vêm de países onde o vírus ainda circula, o que não ocorre no Brasil.
“Hoje, em poucas horas, as pessoas conseguem viajar por vários países, cada um com doenças endêmicas diferentes. Então é preciso se informar sobre as vacinas indicadas antes de ir”, diz Mayumi Wakimoto, pesquisadora do INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas). “Mesmo se não houver vacina obrigatória, às vezes ela é aconselhável. Países europeus, por exemplo, não exigem vacina contra sarampo, mas têm muitos casos da doença. Então, para um brasileiro que vai até lá, é bom estar vacinado”, completa.
Confira alguns exemplos das exigências de países.
Portugal
Não solicita qualquer vacina. Mas é aconselhada a imunização contra sarampo, já que há muitos casos no país e em outras partes da Europa, como Itália, Romênia e Ucrânia.
Índia
Exige vacinação contra a febre amarela de viajantes com mais de 9 meses de idade. Também solicita vacina contra pólio, mas só de pessoas que vêm de países onde existe a doença. Viajantes brasileiros não se incluem.
Colômbia
Requer vacina contra febre amarela de viajantes com mais de 1 ano, de países como o Brasil.
África do Sul
Pede vacina da febre amarela para todos que venham de países com o vírus ou tenham ficado 12 horas em aeroporto de país que tem a doença.
Vacinação em adultos é desafio
Faz pelo menos quatro anos que a presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabella Ballalai, acorda e dorme com uma questão na cabeça: como convencer os adultos a se vacinar? Passada a infância, as pessoas dificilmente voltam aos postos de saúde. Mas, hoje, é justamente a população adulta que preocupa: muitos dos que têm entre 18 e 50 anos não tiveram doenças como sarampo ou caxumba, nem tomaram todas as doses necessárias para se proteger delas. Logo, diferentemente de crianças , que em sua maioria estão vacinadas, e dos idosos, que estão imunizados ao ter essas enfermidades, a população adulta representa uma “janela” perigosa.
Vacinas recomendadas para adultos
Confira quais as vacinas recomendas para quem é adulto.
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola): duas doses, com intervalo de um mês. A partir dos 50 anos, especialistas afirmam que não é mais necessário tomar essa vacina, porque a esmagadora maioria das pessoas nessa faixa etária já tiveram a doença na infância. Para mulheres que planejam ter filhos e nunca contraíram a doença, nem foram imunizadas, é preciso tomar a vacina até 30 dias antes de começar a tentar engravidar.
Hepatite A: duas doses, com intervalo de seis meses. Disponível apenas em clínicas particulares.
Hepatite B: três doses. Intervalo de um mês entre a primeira e a segunda, e intervalo de cinco meses entre a segunda e a terceira.
Dupla bacteriana do tipo adulto (difteria e tétano) – dT: três doses com intervalo de dois meses entre elas.
Tríplice bacteriana do tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa. Disponível apenas em clínicas particulares. Para quem puder pagar em clínicas privadas, o ideal é, em vez de tomar três doses da dT, receber uma dose da dTpa e duas da dT. É recomendado, também, reforço com dTpa a cada dez anos.
Influenza (gripe): dose anual.
Febre amarela: uma dose por toda a vida.
Herpes Zóster: uma dose. Licenciada no Brasil a partir dos 50 anos, ficando a critério médico sua recomendação a partir dessa idade. Disponível apenas em clínicas particulares.
HPV: três doses. Após a primeira, esperar intervalo de um a dois meses e tomar a terceira seis meses depois da primeira. Existem dois tipos de vacina: a HPV4, licenciada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos de idade, e meninos e homens de 9 a 26 anos; e a HPV2, licenciada para meninas e mulheres a partir dos 9 anos de idade.