A razão número 1 pela qual os brasileiros estão estudando um segundo idioma é a escola (31,3%), segundo um levantamento feito pelo aplicativo Duolingo com sua base de usuários. Cindy Blanco, cientista de aprendizagem da plataforma, afirma que isso acontece na maior parte da América Latina e especialmente no Brasil, onde quase um em cada três alunos estuda com o app para reforço escolar. No Brasil, viajar é o motivo número 2 do aprendizado de uma segunda língua (19,8%) e trabalho aparece apenas na terceira posição, para 14,9% dos brasileiros.
As viagens não repercutem da mesma forma em todos os lugares da análise – Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Porto Rico, além do Brasil. “Muitos países da América Latina, incluindo México, Peru e Colômbia, estão estudando [um segundo idioma] mais para trabalhar do que para viajar”, diz Blanco.
Entre os alunos brasileiros da plataforma, 63% estudam inglês. Na sequência aparece o espanhol, 13% do total. Em relação à faixa etária, a idade média dos alunos brasileiros no Duolingo é 30 anos (um pouco mais velhos do que a média dos outros países da América Latina) – 45% têm entre 13 e 22 anos e 61% têm menos de 30 anos.
Blanco pontua que, no Brasil, depois do inglês e espanhol, as gerações mais velhas (+50 anos) escolhem o italiano para estudar na plataforma, e os mais novos preferem o francês.
Outro dado interessante, ela diz, é que em 2022 o idioma que mais cresceu no Brasil no app foi o ucraniano, com um aumento de 196%. “Isso provavelmente aconteceu devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que fez com que muitas pessoas se interessassem por aprender a língua do país europeu”, explica. Em segundo lugar no ranking dos idiomas que mais cresceram no país neste ano está o alto valiriano, um dos idiomas fictícios do universo de Game of Thrones, que cresceu 55% no app. “Os brasileiros estão muito interessados na série e no idioma, mesmo antes do lançamento de House of the Dragon, prólogo da saga de GOT [Game of Thrones].”
Abaixo, a especialista dá cinco dias para quem se sente estagnado no avanço do inglês e gostaria de se tornar fluente.
– 1) Primeiro, pense na razão pela qual você quer aprender inglês e o que ser “fluente” significa para você. Em seguida, defina metas específicas, para o que você quer fazer com o idioma. Objetivos significativos e de curto prazo ajudam você a se manter motivado e fornecem uma maneira de verificar o seu progresso. Para alguém que estuda há algum tempo, um exemplo de meta pode ser “escrever mais rápido e-mails (ou WhatsApps!) em inglês” – então você deverá se concentrar na escrita e no vocabulário sobre o trabalho ou seus amigos e passatempos, etc.
– 2) Encontre maneiras de usar o inglês fazendo as coisas que você já ama: releia seu livro favorito, mas encontre-o em inglês! Quando você fizer uma maratona de Virgin River (Netflix), tente assistir no inglês original, com legendas em inglês (com todo o drama, você pode entender o inglês facilmente). Crie uma lista de reprodução de músicas em inglês para o seu próximo treino ou festa.
– 3) Atualize seu aprendizado fazendo algo que você nunca fez antes – como um tour em inglês na sua própria cidade. Você ouvirá muito inglês sobre assuntos e lugares que já conhece bem, e poderá até fazer alguns amigos falantes de inglês que adoram aprender sobre o Brasil.
– 4) Tornar a linguagem social é uma ótima maneira de se manter motivado e levar seu inglês para o próximo nível. Procure intercâmbios de idiomas virtuais (ou presenciais), onde você pode praticar a fala em um ambiente divertido e descontraído com falantes de inglês de todo o mundo.
– 5) Mantenha o ritmo. Especialmente se você estiver se sentindo estagnado, é muito importante fazer algo no idioma todos os dias. E não precisa ser a mesma coisa sempre. Misture tudo para ficar engajado. Um dia você pode ler conteúdo em inglês, de sites de notícias internacionais por exemplo, no dia seguinte você pode ouvir um podcast em inglês enquanto caminha, e no dia seguinte você pode passar algum tempo no WhatsApp trocando mensagens em inglês com um amigo (talvez alguém que você conheceu em um intercâmbio). As informações são do jornal Valor Econômico.