Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 4 de setembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
No dia 27 de agosto foi inaugurado o centro cirúrgico de alta tecnologia do Hospital Nora Teixeira no Complexo Hospitalar Santa Casa.
O novo bloco terá capacidade de realizar 700 cirurgias por mês.
A construção e aparelhamento do mesmo só foi possível graças a doação de 15 milhões de reais pela família Celso Rigo.
A cultura da filantropia é antiga e muito robusta nos EUA, mas não entre nós.
A senhora Nora Teixeira doou 120 milhões para a construção do hospital que leva seu nome.
Foi o maior gesto filantrópico da história do Rio Grande do Sul. Isto sensibilizou inúmeras famílias que se motivaram a serem doadoras parceiras.
A doação é um gesto de caridade, solidariedade e fraternidade. Fortalece os elos sociais e os laços comunitários. É uma declaração de amor e empatia em benefício de desconhecidos.
A doação, obviamente, nem sempre envolve dinheiro. Na enchente doamos roupas, cobertores e cestas básicas.
Ainda é bom lembrar que doamos sangue, córneas, rins e até corações.
Tempos atrás, uma senhorinha com mais de 90 anos veio a provedoria do hospital e, insistentemente, apesar de barrada pelos guardas, explicou que desejava conversar com o diretor máximo da instituição.
De nada adiantou a explicação da secretária que o Provedor Alfredo estava em reunião administrativa com seus vices.
De tanto insistir conseguiu adentrar e interromper a reunião. Talvez, pela casmurrice, imaginavam que a idosa iria despejar queixas contundentes contra o nosocômio.
Mas antes mesmo de se apresentar e interpelar os três surpresos ouvidores, abriu uma sacola e expôs uma pequena bolsinha enrolada num plástico de supermercado: “Venho até aqui para dar um presente a esta instituição misericordiosa. Estas são minhas joias! Fiquei viúva há muitos anos e não tenho filhos!”
Estas joias não conseguem mais me enfeitar, mas tenho certeza de que com o valor delas, a Santa Casa poderá beneficiar a saúde de algumas pessoas!
Eis as minhas joias!
Cada um doa o que pode!
(Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário – schwartsmann@santacasa.org.br)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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