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| Faça sua própria transmissão ao vivo na internet sem gastar nada. Só que ela pode estar misturada com orações ou com pornografia

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Aplicativo permite que usuários façam as mais variadas transmissões ao vivo. (Crédito: Reprodução)

Em uma tarde, a tela do celular mostra um homem se masturbando no quarto. Ao lado da imagem, aparecem recados dos espectadores, que assistem ao deleite do rapaz ao vivo e fazem comentários como “Delícia” e “Ow, que doido”. O protagonista segura o celular que transmite a cena com uma mão e se masturba com a outra. “Tira a mão um pouco para a gente ver”, pede um dos seguidores. Poucos toques na tela de celular adiante, o cenário é outro. “Faz 20 séculos que Jesus ressuscitou. Críticos dizem que isso nunca aconteceu. Mas, fiel, se aconteceu, nós estamos no caminho certo”, prega em tempo real um pastor da Igreja Batista.

Lançado pelo Twitter em março e eleito pela Apple o aplicativo do ano em 2015, o Periscope permite que usuários façam transmissões ao vivo. É uma das apostas da rede social para se manter relevante, mesmo com seus estagnados 310 milhões de usuários. Recentemente, as transmissões do programa, que tinha 10 milhões de cadastrados até agosto, passaram a surgir na timeline, em tuítes – antes, só era possível divulgar links dos vídeos. Ao integrar plataformas, o Twitter tenta dar mais visibilidade aos vídeos e se posicionar melhor na disputa do crescente mercado de streaming – o Facebook está gradativamente disponibilizando recurso semelhante.

Além de muita programação caseira, com cenas banais do cotidiano dos mais anônimos usuários, a reportagem observou, por três meses, uma diversidade de usos, da transmissão de cultos religiosos a pornografia e consumo de drogas – em uma cena, um espectador escreveu “Me ensina a fumar” a um rapaz que acendeu um cigarro de maconha ao som de “Another Brick In The Wall”. Entretanto, a ferramenta foi absorvida pelo marketing. “Marcas já têm usado o Periscope quando estão fazendo eventos, por exemplo. ‘Linkam’ a transmissão a um tuíte patrocinado”, diz Guilherme Ribenboim, vice-presidente do Twitter na América Latina.

Abriu, por outro lado, espaço a experimentos na criação de conteúdo, com desconhecidos que viram apresentadores de seus próprios programas. Tiago Lopes, ator de comerciais, começou a usar o Periscope há seis meses e diz ter visto nisso uma “luz” para a sua carreira. “É minha própria emissora de televisão. Eu posso falar o que quiser”, afirma ele, que não revela a idade para “atingir a todos os públicos”. A advogada Cristiane Lobo, 36, fala ao vivo com seus 24 mil seguidores sobre uma ampla gama de assuntos, de kardecismo a sexo. Neste último caso, especialmente, tem que lidar com comentários como “baixa o cobertor” e “mostra a teta”. “Levo no bom humor. Falo que quem tem ‘teta’ é vaca. Acho que por isso tenho muitos seguidores”, assinala.

Reação à pornografia.
O Periscope proíbe a pornografia nos termos de uso, mas, na maioria dos casos, depende da denúncia de usuários para detectá-la. “A integração com o Twitter reforça a importância do controle. Como o conteúdo será distribuído a mais gente, nossa capacidade de reagir será maior”, afirma Ribenboim.

Além de ser óbvio que a pornografia tente pegar carona em uma novidade midiática como essa, é natural que igrejas estejam se apropriando rapidamente dela, na opinião de Eugênio Bucci, pesquisador de mídia. “Os ‘televangelistas’ usam a imagem como propulsora da religião. As novas tecnologias também são usadas nesse sentido. Não surpreende haver a temática mística nesse contexto.” Já José Calazans, consultor de mídia da empresa de pesquisas Nielsen, ressalta que o interesse do brasileiro por vídeos na web é muito grande, a ponto de enfrentar os crônicos problemas de conexão.

Uma pesquisa da consultoria Nielsen indicou que 54% dos donos de smartphones veem vídeos no aparelho, atividade que só perde para acessar redes sociais (83%) e checar o e-mail (72%). De acordo com o estudo, 86% preferem assistir a vídeos por conexão Wi-Fi, sem custo. (Folhapress)

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