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Colunistas 1984: dá uma espiada. Não é olhar, é se inspirar

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Em 1984 tivemos vários fatos relevantes em diversos segmentos, como a estreia de Ayrton Senna na F1.

Foto: Reprodução
Assim como fazia nas pistas, o brasileiro segue acelerando como fonte inesgotável de conteúdo biográfico. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Como já disse Heródoto: “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Inspirado pelo pai da história, dei uma espiada pelo retrovisor para relembrar fatos relevantes daquele ano que eu e muitos leitores assistiram, vivenciaram ou participaram. Em vários segmentos econômicos, sociais, culturais. Alguns deles: Apple lançou o Macintosh, Ayrton Senna estreou na F1, na música foram lançados dois hits que estão na nossa memória: Bruce Springsteen com Born in the USA e Titãs, com “Sonífera Ilha”.

E é claro que não podemos esquecer o histórico fato político e social: comício das diretas com mais de 400 mil pessoas na Candelária, Rio de Janeiro, reivindicando a realização das primeiras eleições diretas para presidente. Feito essa retrospectiva, foco em dois acontecimentos históricos ligados à temas estratégicos em qualquer nação civilizada. Empreendedorismo e Associativismo.

Todos nós sabemos o quão são importantes esses pilares. No primeiro é necessária uma alta dose de determinação e espírito preparado para correr riscos. Não é uma tarefa simples. É muito complexa. Ainda mais aqui na nossa pátria amada. O segundo não é imposto. É escolha. Cada um escolhe, com total liberdade, o fazer juntos. A combinação desses pilares teve sua origem genética nacional naquele ano, aqui nos pampas.

Em setembro de 1984 foi criada a Associação dos Jovens Empresários de Porto Alegre, uma ideia da talentosa empresária Carmem Ferrão que com outros jovens influentes foi materializada e teve como seu primeiro Presidente Alexandre Langer. A AJE foi um movimento pioneiro no País. Me associei logo após sua fundação e tive a honra de presidir de 1991 a 1993. Na época nossa diretoria realizou duas ações inéditas no Brasil: a primeira unidade móvel com sala de aula para ministrar palestras, em comunidades carentes da capital, disseminando o conceito “não ao determinismo e sim ao empreendedorismo”. Mais. Foi a primeira entidade empresarial brasileira a realizar um seminário sobre a Reforma da Previdência.

Já em 13 de dezembro do referido ano foi criado o IEE, Instituto de Estudos Empresariais, por um grupo de 25 jovens empreendedores percebeu que os negócios e o Brasil do passado só seriam os negócios no futuro se estivessem fundamentados para um novo mundo interconectado. E que era necessário mobilizar e capacitar jovens empreendedores para fazer frente a combinação deletéria de autoritarismo, patrimonialismo e populismo. O combustível que abasteceu aqueles jovens era as necessárias mudanças institucionais que promovesse a liberdade, a inovação na formação de lideranças com robustos ingredientes teóricos e práticos.

Assim nasceu o IEE, assim como a AJE, sem fins lucrativos ou compromissos político-partidários, para incentivar e preparar novas lideranças com base nos princípios da liberdade, responsabilidade individual, respeito à propriedade privada e Estado de Direito. Participei, aprendi muito e transformei esses conceitos em mantras para reverberar o empreendedorismo e o associativismo. Para os dois quarentões aniversariantes do ano um super obrigado, parabéns e vida longa em nome dos milhares de brasileiros que aprenderam e se inspiram nos seus fundamentos. Para encerrar lembro da frase de outro sábio, Confúcio, “se queres conhecer o passado, examina o presente que é o resultado; se queres conhecer o futuro, examina o presente que é a causa”.

(Gil Kurtz é diretor da KG Consultoria, vice-presidente de Marketing e Comunicação do Fórum Latino-americano de Defesa do Consumidor, conselheiro da ADVB/RS E AJE/POA)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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