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Por Redação O Sul | 21 de junho de 2017
A grande demanda de energia requerida atualmente impulsiona as atividades de inovação tecnológica e, com o propósito de debater os benefícios e incentivar a utilização de combustíveis sustentáveis, nasceu o 1º Fórum Estadual de Biogás e Biometano. O evento, realizado nos dias 13 e 14 de junho, foi organizado pela APLMMEA (Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha) em parceria com a Sulgás (Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul), UCS (Universidade de Caxias do Sul), Instituto SENAI de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia e da Itaipu Bionacional.
Mais de 25 palestrantes subiram ao palco do UCS Teatro para tratar dos panoramas estaduais e nacionais da produção e utilização de combustíveis sustentáveis. Aproximadamente 300 pessoas entre entidades do setor produtivo, tecnológico, ambiental, ensino e de pesquisa no setor assistiram aos painéis, mesas-redondas e debates.
Na terça-feira (13), o Fórum teve sua abertura oficial às 9h30min na presença de autoridades do setor. Representando o governador do Estado, José Ivo Sartori, o secretário adjunto de Minas e Energia, José Francisco Pereira Braga, defende e valoriza o desenvolvimento da cadeia produtiva do biogás no Rio Grande do Sul. “Temos um grande potencial de produção que pode se tornar um grande gerador de riquezas”, destaca Braga, que completa: “É necessário maior contribuição com insumos, tecnologias e oportunidades para desenvolver estudos sobre a cadeia de Biogás e Biometano”, afirma.
Em seguida, o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, deu as boas-vindas aos participantes. O diretor regional do SENAI/RS, Carlos Artur Trein também compôs a mesa.
Cobertura da Rede Pampa de Comunicação
As equipes do jornal O Sul, TV Pampa e Rádio Pampa subiram a Serra Gaúcha para fazer a cobertura em tempo real e gravações no Fórum. O vice-presidente da Rede Pampa de Comunicação, Paulo Sérgio Pinto também compareceu ao evento para gravar o programa Pampa Debates.
Palestras, mesas-redondas e debates
Dr. Jules Van Lier
O professor e pesquisador da Universidade de Delft na Holanda, Dr. Jules Van Lier, abriu os painéis da terça-feira (13). Durante a sua apresentação, divulgou um panorama internacional de biogás e biometano. Os arranjos tecnológicos e comerciais para geração e distribuição dos combustíveis sustentáveis existentes no contexto mundial foram alguns dos pontos abordados.
Maurício Cótica
Em seguida, o conselheiro administrativo da Abiogás (Associação Brasileira de Biogás e Biometano), Maurício Cótica falou sobre o panorama nacional das cadeiras de geração e distribuição. De acordo com levantamento da Associação em 2017 o Brasil possui um potencial de produzir cerca de 78 milhões de metros cúbicos diários de Biogás e Biometano de segunda geração, volume equivalente a cerca de 25% da disponibilidade de energia no País ou a 73% do gás natural.
José Francisco Pereira Braga
Com o tema Políticas Públicas para o desenvolvimento da cadeia de biogás e biometano no Rio Grande do Sul, o secretário-adjunto da Secretaria de Minas e Energia do Estado, José Francisco Pereira Braga afirma que o governo quer investir 140 bilhões de reais em usinas do sistema energético.
“O RS deve proporcionar condições favoráveis para que haja equilíbrio nas deliberações emanadas dos órgãos institucionais para o desenvolvimento energético do País ocorra em benefício da sociedade”, destaca Braga.
O secretário explicou o ciclo de participação do Governo nas políticas da produção de energias. “Avaliação, andamento do problema, inclusão na agenda pública, tomada de decisões e execução”, lista Braga. E finaliza: “O monitoramento é o que dá maior retorno para qualquer cadeia produtiva”.
A tarde foi composta por três mesas-redondas. Uma sobre políticas públicas de incentivos, meio ambiente e energias renováveis, ciência e tecnologia e cases de sucesso de aplicação do biogás.
Segundo dia
O segundo dia de Fórum Estadual de Biogás e Biometano teve início às 8h30min com mesa-redonda sobre a cadeia de suprimento de bens e serviços. Em seguida, Eduardo M. Pinto, responsável pelo Desenvolvimento de Mercado de Ônibus Urbano da Scania, exibiu alternativas para o transporte sustentável com a experiência do ônibus Euro 6. À tarde, às 13h30min, uma mesa-redonda foi formada para falar de fontes de fomento para o setor.
O coordenador de novos negócios da Sulgás, Otto Fonseca Cardoso apresentou uma chamada pública para aquisição de biometano no Estado. Após, um debate final, com a presença de representantes das entidades realizadoras do 1º Fórum Estadual de Biogás e Biometano, tratou das futuras ações para o desenvolvimento amplo da cadeia do biogás e biometano no Estado.
Cases
Veículo movido a biometano
Um dos cases apresentados durante o 1º Fórum Estadual de Biogás e Biometano foi o projeto inovador do CVB (Consório Verde Brasil) que entrou em operação a partir de janeiro de 2013 em uma ação de cooperação entre a Ecocitrus (Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí) e a Naturovos, com apoio da Sulgás e assistência técnica do Centro Universitário Univates. O projeto permitiu a experiência da viagem de Montenegro a Montevidéu com veículo movido a biometano e que será apresentada no evento pelo presidente do Instituto Surear e coordenador do Núcleo de Soberania Energética, Fabrizzio Cedraz Gaspar.
O CVB tornou-se a primeira usina no País a produzir e distribuir uma gama de produtos 100% renováveis e comprovadamente verdes (biogás, biometano, insumo agrícola), contribuindo para diversificação da matriz energética e garantindo que não haverá necessidade de explorar recursos naturais adicionais.
SENAI
Considerada uma das maiores redes de formação de profissionais no Brasil, o SENAI, presente no Rio Grande do Sul com diversas opções de capacitação também incentiva o desenvolvimento de pessoas na área de energias. De acordo com o diretor regional do SENAI/RS, Carlos Artur Trein, o Instituto SENAI de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia está presente em todo o RS com cursos na área de biogás. “O nosso principal objetivo é gerar empregos. Já que temos um estado com potencial energético, devemos usufruir dessa matriz para aumentar o mercado de trabalho”, explica Trein.
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