As páginas de um jornal refletem a história, mudam vidas, ajudam a construir o futuro. Mas fatos da história também têm uma abordagem mais dinâmica.
Por esse prisma, ainda que muitos acontecimentos só venham a se tornar históricos quando olhados em retrospectiva, o relato deles é vivo, imediato: outros já se desenrolam explicitamente com a dimensão do que de fato representam.
Uns e outros são a matéria-prima de veículos de comunicação – dos quais os meios da imprensa são, de longe, os de maior alcance – que os contam no dia a dia: jornais, revistas, mídias audiovisuais e digitais os auscultam e os relatam, contando para o leitor a história em tempo real.
A receita de sucesso de um jornal é conteúdo de qualidade, independência editorial e econômica e capacidade de se reinventar. O Sul nunca abriu mão disso em sua história e, quando olhamos para o futuro, temos certeza de que, independentemente dos novos hábitos dos consumidores de informação e das inovações tecnológicas, esses pilares serão mantidos.
A imprensa enfrenta enormes desafios, mas faremos frente a todos eles com a certeza de que o bom jornalismo é essencial na vida dos cidadãos e da sociedade.
Outra vocação do jornal, desde a fundação, é a de porta-voz e de provocador de debate na sociedade gaúcha. Para um jornal, mais do que uma opção, a reunião de opiniões conflitantes, de pensamentos divergentes, é uma necessidade. A discordância traz mais ponderação, o debate aponta novos caminhos.
Em 20 anos, o jornal O Sul sempre juntou em suas páginas colunistas que oferecem pluralidade de ideias ao leitor, em todas as áreas, da política à cultura, da economia ao esporte, da saúde ao meio ambiente. O papel de um colunista é conseguir ultrapassar a superfície e trazer um novo ponto de vista acerca dos temas mais variados. Enquanto o trabalho da reportagem não deve tomar partido, uma coluna deve saber analisar os fatos e buscar uma interpretação.
Com a evolução das mídias, colunistas e articulistas se converteram em eficiente trunfo dos jornais na competição por leitores com veículos digitais que brotam na internet.
O jornal precisa, portanto, ser cada vez mais diversificado, uma combinação de notícias, reportagens, colunistas e articulistas que atraiam uma faixa ampla de leitores.
As redes sociais viraram mania mundial. No Brasil, transformaram-se em obsessão. E seu impacto no cotidiano de quem produz notícias foi gigantesco. Adaptamos nossos fluxos, construímos pontes, aperfeiçoamos profissionais e passamos a pensar no jornal também pelo ponto de vista das relações interpessoais de nossos leitores.
Nos últimos anos, as redes sociais passaram a reunir pessoas que conversam, buscam informações, comentam, compartilham textos, fotos, vídeos e áudios. Essas mudanças e a imposição do imediatismo são parte essencial da produção jornalística, acompanhando em tempo real os acontecimentos que se desenrolam on-line e alertando o restante da redação sobre as notícias que começam e se desenvolvem nesses espaços.
A presença do jornal no mundo digital é de fundamental importância para atrair um novo público. A ideia é ampliar a cultura de publicação descentralizada e a troca com os leitores. E com isso, alcançar novas audiências.
O crescimento das plataformas digitais, às vezes, é visto como o “fim do jornalismo”. Abissal engano: o jornalismo profissional ganha ainda mais importância num ambiente de intenso ruído em que se misturam, em grande intensidade e velocidade, boatos, mentiras, factoides e, até mesmo, informações corretas.
Só a boa prática do jornalismo lastreado em sólida base ética é capaz de fazer a triagem confiável desse enorme e crescente volume de informações que transita na internet. Aliás, as pesquisas informam que a maior parte das informações comentadas nas mídias sociais , no mundo, sai das redações profissionais. O jornalismo profissional se robustece com a evolução do mundo digital.
Ao completar 20 anos, nesta data, O Sul tem convicções firmadas. Uma delas é a importância pétrea do pluralismo de opiniões, entendendo ser o jornal também um espaço público em que se deve permitir que se expressem as diversas correntes de pensamento na sociedade, desde que não atentem contra a democracia.