Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de dezembro de 2016
O ano é 2016, mas pode somar 1984, 1992, 1993, 2005, 2006… Cada um desses anos protagonizou momentos políticos que impactaram a vida nacional: a mobilização de rua das Diretas Já; o impeachment de um presidente da República, Fernando Collor; escândalos de corrupção com citação de dezenas de parlamentares; e a queda de um presidente da Câmara dos Deputados. Sozinho, 2016 repetiu todos esses episódios e um pouco mais: repetiu a claudicante economia da segunda metade dos anos 1980, a década perdida da gestão José Sarney.
Os 12 meses de 2016 viram esses episódios se repetirem, nesse curto espaço de tempo, e um se sobrepondo ao outro. Dilma Rousseff sofreu o impeachment; Eduardo Cunha teve de deixar a presidência da Câmara, além de ter seu mandato cassado; a Operação Lava-Jato atingiu em cheio 42 parlamentares, e espera-se que mais de uma centena ainda sejam envolvidos na delação da Odebrecht; os brasileiros foram às ruas manifestarem-se contra e a favor de Dilma e de medidas do Congresso; e a economia patina, com PIB em queda e desemprego em alta.
Impeachment
Assim como 1992 foi marcado pelo impeachment do primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura, Fernando Collor de Mello, 2016 foi marcado pelo trauma do impeachment da primeira presidente mulher, Dilma Rousseff. Apesar de razões distintas para a saída, e de a petista ter recebido até o fim apoio de parte da sociedade, ambos os casos jogaram o País na incerteza.
Escândalos no congresso
Anões do Orçamento, mensalão, sanguessugas… De tempos em tempo, o Congresso é alvo de denúncias que atingem dezenas de parlamentares, receita certa para uma crise política. Os escândalos anteriores, no entanto, devem se tornar modestos diante do número e da importância dos parlamentares investigados na Lava-Jato.
Manifestações de rua
Em 1984, milhares de brasileiros foram às ruas pedir Diretas Já, movimentando o País após a longa ditadura militar. Desde 2013, a população voltou para protestar contra os políticos, e defendendo a Lava-Jato.
Presidentes da Câmara afastados
Em 2005, o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, renunciou ao cargo e ao mandato duas semanas após ser acusado de receber um “mensalinho” do dono de um restaurante instalado no Congresso. Este ano, o então presidente da Casa, Eduardo Cunha, que também renunciou ao posto, foi cassado 11 meses após sua denúncia ao Conselho de Ética.
Crise econômica
Depois de ter um recuo de 3,8% em 2015, a perspectiva é que o PIB caia 3,5% este ano e consolide a pior recessão desde 1901, segundo estimativa do ministro da Fazenda. Para se ter uma ideia, entre 1985 e 1990, em meio a chamada “década perdida”, o então presidente José Sarney teve um crescimento do PIB anual médio de 0,57%.