Por Redação O Sul | 9 de fevereiro de 2020
Os dados são do Censo Escolar 2019
Foto: Agência BrasilNas escolas brasileiras, cerca de 40% dos professores que atuam no ensino médio não têm formação adequada nas disciplinas que lecionam. São docentes que fizeram a graduação em outra área, não possuem licenciatura ou sequer se formaram na universidade.
Segundo dados do Censo Escolar 2019, elaborado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), há uma grande disparidade entre as cinco regiões do País. O quadro mais crítico é no Centro-Oeste, onde apenas 50,7% dos professores do ensino médio e 50,2% de ensino fundamental II têm a formação apropriada.
No Nordeste, o índice também é baixo: 53,9% dos docentes na última etapa de ensino possuem diplomas de graduação e de licenciatura na disciplina que ensinam.
Mesmo nas regiões com melhores números, a situação não é satisfatória. No Sul, 70,6% dos professores do ensino médio têm bacharelado e licenciatura na área em que trabalham – ou seja, 29,4% ensinam, diariamente, um conteúdo em que não são especializados.
Mas qual o prejuízo de ter um professor de matemática ensinando física? Ou um bacharel em química que não fez a licenciatura? Segundo especialistas, a formação inadequada traz um impacto direto na qualidade das aulas.
“Mesmo que sejam áreas parecidas, aquele profissional não se dedicou a estudar o assunto. O tipo de conhecimento que vai trabalhar com os alunos será superficial”, explica Ângela Soligo, professora colaboradora da pós-graduação da Unicamp.
Os dados do Inep detalham qual o grau de formação dos professores. No ensino fundamental II, por exemplo, 30,8% dos docentes possuem licenciatura – mas em outro campo.
No ensino médio do Nordeste, 8,9% não têm nem graduação nem licenciatura na disciplina que ensinam aos alunos. Na mesma região, mas no ensino fundamental I, um quadro ainda mais grave: 26,9% dos professores não concluíram o curso superior. Do sexto ao nono ano, 15% não frequentaram a universidade.
