Os servidores do BC (Banco Central) paralisam as atividades na manhã desta terça-feira (18) para pressionar o governo a conceder reajuste salarial para a categoria. O ato contou com a adesão de cerca de 50% dos funcionários, que cruzaram os braços das 10h às 12h em ato de protesto.
Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas dos Estados (Fonacate) participaram no total 700 funcionários, 200 se reuniram presencialmente em frente à sede do órgão em Brasília, e outros 500, por videoconferência. “A gente esperava uma adesão de 50% e conseguimos”, disse o presidente do Sinal, Fábio Faiad. Mais de dois mil funcionários aderiram ao movimento.
As paralisações desta terça já podem estar rendendo movimentações entre as autoridades. “Eles (ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto) almoçaram juntos hoje e acredito que nosso movimento foi assunto”, diz.
Essa foi considerada uma “paralisação de advertência”, com a manutenção de serviços essenciais. Mas, caso não haja proposta concreta na nova reunião agendada com o presidente do BC ainda em janeiro, a categoria estuda entrar em greve por tempo indeterminado.
O BC possui cerca de 500 comissões gerenciais, mas o sindicato também está incentivando funcionários que devem substituir os comissionados a aderirem ao movimento, abrindo mão de substituírem os titulares. A autoridade monetária também possui 2,5 mil servidores, sem comissão gerencial ou substituição gerencial, que estão sendo incentivados a não aceitaram assumir comissões. Assim, de acordo com o sindicato, quem tem comissão gerencial ou substituição gerencial concorda em entregá-las; e quem não tem, concorda em não aceitá-las quando elas forem entregues.
Os servidores pleiteiam reajuste salarial e reestruturação de carreira dos cargos de analistas e técnicos do BC, considerada pela categoria “demandas sem impacto financeiro”, após a aprovação do Orçamento de 2022 elevar os salários dos policiais federais, atendendo ao pedido do presidente Jair Bolsonaro para beneficiar a categoria, uma das principais bases aliadas de seu governo.
A aprovação do Orçamento com reajuste salarial para policiais federais ainda deve gerar muitos desdobramentos ao longo deste ano e vai ser motivo de muita dor de cabeça para o presidente Jair Bolsonaro em uma crise que poderia ter sido evitada. As informações são da revista Veja.