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Redação O Sul
| 5 de abril de 2020
"Da minha parte, a palavra renúncia não existe", declarou o presidente da República
Foto: Carolina Antunes/PR
Bolsonaro (foto) e seu vice, general Hamilton Mourão, participam da cerimônia de troca no CMS (Comando Militar do Sul). (Foto: Carolina Antunes/PR)
Pesquisa Datafolha publicada neste domingo (5) pelo jornal “Folha de S.Paulo” aponta que 59% dos brasileiros rejeitam a renúncia do presidente Jair Bolsonaro em meio à sua atuação na crise causada pelo coronavírus no Brasil. O levantamento mostra ainda que 37% desejam que ele renuncie, o que vem sendo pedido por políticos contrários ao governo, e 4% não sabem dizer.
O instituto entrevistou, por telefone, 1.511 pessoas entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro da pesquisa é de três pontos.
Veja abaixo os resultados:
Renúncia de Jair Bolsonaro
– Deveria renunciar: 37%
– Não deveria renunciar: 59%
– Não sabe: 4%
De acordo com o instituto, o maior apelo dentre os que rejeitam a renúncia está entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimos (69%), homens (65%) e quem ganha de 2 a 5 salários mínimos (64%).
Dentre os que querem a renúncia de Bolsonaro, a maioria são jovens (44%), seguido pelas mulheres (42%), os que têm até o ensino fundamental (40%) e os com renda mensal acima de 10 salários mínimos (39%).
A região Sul é a que menos apoia a renúncia (28%) seguida de Norte e Centro-Oeste (30%) e Sudeste (37%). O Nordeste registra o maior índice de apoiadores do gesto (47%).
O Datafolha perguntou ainda aos entrevistados sobre a capacidade de liderança do presidente da República.
Veja abaixo os resultados:
Capacidade do presidente de liderar o País
– Tem condições: 52%
– Não tem condições: 44%
– Não sabe: 4%
O instituto informa ainda que o presidente é visto como capaz para 62% dos ouvidos na região Sul, 60% no Norte/Centro-Oeste, 49% no Sudeste e 47% no Nordeste, onde empata, na margem de erro, com os que o acham incapaz (49%).
Estudantes são os que mais acham que o presidente perdeu condições de liderar (57%), enquanto empresários são os que mais o veem como capaz (65%).
Entre os mais ricos, há um empate. A avaliação positiva é maior entre os mais velhos (59%) e com renda entre 5 e 10 salários mínimos (62%).
Ainda de acordo com o Datafolha, Bolsonaro pontua melhor que na média em sua tradicional base de apoio, os evangélicos. 64% não querem a renúncia e 60% acham que o presidente ainda reúne condições de governar.
Oposição
Um grupo de políticos da oposição, incluindo os ex-presidenciáveis Fernando Haddad (PT-SP), Ciro Gomes (PDT-CE) e Guilherme Boulos (PSOL-SP), lançou um manifesto pedindo a renúncia de Bolsonaro em meio à pandemia de coronavírus.
“Da minha parte, a palavra renúncia não existe. Eu fico feliz até por estar na frente do combate a um problema grande como esse. Fico pensando como estaria o outro que ficou em segundo lugar [Fernando Haddad] no meu lugar aqui”, declarou o presidente do Brasil.