Apesar do tempo chuvoso na semana, a Feira do Livro de Porto Alegre mantém programação intensa e variada até esta quarta-feira (15), dia de encerramento de sua 69ª edição. São 110 bancas funcionando entre 10h e 20h na Praça da Alfândega, com descontos no preço das publicações e diversos atrativos culturais, tais como palestras, oficinas e sessões de autógrafos.
As atividades são realizadas tanto na Praça da Alfândega (Centro Histórico) quanto em instituições parceiras, algumas das quais localizadas em prédios do entorno. Os detalhes podem ser conferidos no site oficial feiradolivro-poa.com.br.
De acordo com a Câmara Riograndense do Livro (CRL), responsável direta pela organização da Feira, a expectativa das livrarias, editoras e demais envolvidos é repetir o êxito de público e vendas registrado em 2022, na primeira edição totalmente presencial após as restrições geradas pela pandemia de coronavírus. Naquela ocasião foram 234.338 títulos vendidos em 72 bancas – média de quase 3,3 mil por estande.
Doações
Estrelas de um dos mais tradicionais eventos do País, os livros não são apenas alvo da comercialização ou de ações de incentivo à leitura: a Feira também incentiva a doação de publicações.
São bem-vindos títulos em geral, em bom estado e com preferência pelo segmento infanto-juvenil, em três pontos de coleta: ao lado do Santander Cultural, no estande do Banrisul e junto ao espaço de contação de histórias.
A iniciativa é da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), que mantém há 15 anos um banco de livros. Trata-se de uma ação pioneira no País, mediante parceria com empresas, instituições e voluntários – interessados em participar da iniciativa, aliás, podem entrar em contato pelo telefone (51) 3026-8020.
Ampliação
Fazendo jus ao slogan “Quem lê, sabe o caminho” que marca esta edição do evento, a arrecadação tem por objetivo ampliar o acesso à cultura. Trata-se de uma ferramenta de crescimento pessoal e profissional, sob uma perspectiva solidária e inclusiva.
O público-alvo são escolas, hospitais, asilos, presídios e bibliotecas comunitárias, essas últimas muitas vezes suprindo lacunas não preenchidas pelo poder público. Responsável pelo programa, a bibliotecária Neli Miotto ressalta:
“Atendemos neste ano a uma grande demanda por parte das bibliotecas comunitárias, mantidas principalmente por associações de bairros e que têm sido uma importante referência na disseminação de conhecimento em áreas sob vulnerabilidade social”, destaca a .
Hospitais e presídios
Já no que se refere às instituições de saúde, cinco hospitais já recebem livros mensalmente, o que contribui inclusive para deixar mais leve um momento em que distrações são bem-vindas a pacientes e familiares:
“Normalmente eles levam os livros para casa, o que é ótimo e demonstra a importância da leitura”, acrescenta. “Daí a importância da reposição do estoque, por meio de doações.”
O Banco de Livros também mantém espaços de leitura em 105 das 114 unidades prisionais do Estado. Além do desenvolvimento pessoal, a oferta de livros funciona como um mecanismo auxiliar de reinserção social dos apenados, vários dos quais se preparem para provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Outra realização nessa linha é o programa “Passaporte para o Futuro”, que a cada dois anos resulta na publicação da coletânea “Vozes de um Tempo”, com textos produzidos por detentos. Já são cinco volumes lançados.
(Marcello Campos)