Neste verão em que o Brasil inteiro vê aumentar os casos de dengue, Minas Gerais está enfrentando também a chikungunya. Minas Gerais tem a maior incidência da chigunkunya no País, em 2024. Dos 35,7 mil casos prováveis, 25,6 mil são de lá.
A podóloga Angelina Cláudia Coelho teve a doença e não conseguiu realizar tarefas simples por causa da dor.
“Não consegui fechar as mãos, porque foi onde eu tive mais afetada, mãos e pés. Meu marido e minha filha tinham que me levantar da cama, porque eu não conseguia levantar sozinha para tomar banho, fazer essas coisas, minha filha que me enxugava”, conta ela.
Minas Gerais tem a maior incidência da chigunkunya no país, em 2024. Dos 35,7 mil casos prováveis, 25,6 mil são de lá. Ou seja, sete em dez pacientes estão em Minas. E das sete mortes, quatro são de Minas.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais informou o aumento dos casos se dá ao clima quente e úmido juntamente com a suscetibilidade da pessoas que nunca tiveram a doença. E que para dengue de 70 a 80% das pessoas infectadas são assintomáticas, e para chikungunya, a relação é inversa, até 70% são sintomáticos.
O aumento desses casos reflete na busca por atendimento. Em uma UPA de Belo Horizonte, onde também funciona um centro de hidratação, a cada momento chegam novos pacientes relatando sintomas semelhantes aos da dengue. O que acaba dificultando um diagnóstico e um tratamento mais específico.
Febre alta, dor de cabeça e manchas vermelhas são sintomas comuns às duas doenças. Mas os pacientes com chikungunya tem inchaço nas articulações e dores intensas nos músculos, que podem se tornar crônicas. Principalmente, nos dedos das mãos e dos pés, nos punhos e nos tornozelos.
A infectologista Melissa Valentim, que trabalha em um laboratório com unidades em todo o estado, diz que a procura pelos testes disparou e explica a importância de fazer o diagnóstico para diferenciar dengue e chikungunya.
“Dengue, você tem algumas diferenças que você não pode usar anti-inflamatório nos primeiros dias, você precisa aumentar a hidratação. Já chikungunya, quando é posterior, você muitas vezes tem que lançar a mão de anti-inflamatório para poder minimizar os dores articulares. Então, é importante esse diagnóstico diferencial e é importante a avaliação médica de cada caso para que o tratamento seja feito da melhor forma possível”, explica.