Quarta-feira, 09 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2016
O Instituto de Estudos Empresariais (IEE) promoveu na noite desta segunda-feira, dia 15 de agosto, o 7º Colóquio do Fórum da Liberdade. O evento, realizado no Hotel Sheraton, em Porto Alegre, teve como tema Fundamentos para a Retomada. Com o objetivo de dar continuidade ao debate de ideias gerado no Fórum da Liberdade, o colóquio contou com as palestras do economista Aod Cunha; do também economista e Mestre em Filosofia, Joel Pinheiro da Fonseca; e do presidente da CMPC Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes.
O debate foi mediado pelo presidente do IEE, Rodrigo Tellechea, que reforçou a necessidade de pautar a agenda de mudanças e discutir as reformas estruturais que permitirão a recuperação institucional e econômica do Brasil. Ponderou, no entanto, que a “intenção não é apresentar propostas definitivas, mas fomentar o debate e propor soluções que nos permitam viver em um país mais próspero e livre”.
Aod Cunha afirmou que a atual crise político-econômica brasileira tem características muito peculiares e diferentes. “Ela exige muito mais da sociedade brasileira em termos de maturidade que as anteriores que passamos. Somos muito infantis, reclamamos do Estado, dos políticos, mas não nos envolvemos efetivamente”, salientou. Para ele, existe uma discussão crescente sobre liberdade de mercado, mas o setor empresarial se mostra acomodado com a situação quando os subsídios vêm para a sua área de atuação.
O economista ainda destacou que o amadurecimento da sociedade frente à política passa pelo entendimento de que o ajuste fiscal precisa ser um valor. Diante desta visão, Aod salientou que uma das medidas mais importantes para atingir um equilíbrio econômico é a reforma da Previdência: “O Brasil vai envelhecer em taxas mais elevadas que os demais países. Isso vai trazer enormes desafios e a população precisa entender o tamanho do problema que vamos enfrentar. Ou conseguimos obter um consenso mínimo na sociedade ou vamos naufragar como país”.
Para Walter Lídio Nunes é necessário que entidades civis e empresariais se unam para realizar um exercício qualificado de cidadania política. “Temos de fugir da omissão e começar a ter uma posição mais ativa na política. Assim, reunimos as nossas representatividades no sentido de discutir e estarmos mobilizados para fazer pressão”, destacou. O empresário ainda enfatizou a descaracterização dos poderes no Brasil, com uma máquina pública de alto custo e uma entrega muito abaixo do esperado.
Walter Lídio Nunes falou também sobre a competitividade brasileira no cenário internacional: “Quando comparamos o Brasil com outros países mais desenvolvidos acabamos derrubando um pouco do otimismo que possamos ter”. Segundo o palestrante, somos o terceiro país mais fechado em termos de abertura comercial, o que reflete em uma necessidade maior em estarmos inseridos no comércio do resto do mundo.
Segundo Joel Pinheiro da Fonseca, o atual momento é um grande desafio ao Brasil, mas também uma ótima oportunidade. Para ele, é necessário criar alternativas para fazer um Estado que provém o essencial, mas que deixe a economia mais livre para estimular o empreendedorismo. “A grande missão é saber traduzir as propostas liberais para o contexto social, político e econômico do Brasil”, salientou.
O economista e Mestre em Filosofia acredita que a atual crise foi construída por diversos erros do passado que não passaram impunes. “O Brasil não apenas desacelerou como diminuiu e continua diminuindo. Essa é uma maré muito mais baixa que a do resto do mundo”, criticou. “Temos uma crise política e, de uma forma mais profunda, uma crise de representatividade”.