A Polícia Federal (PF) concluiu em relatório que houve falha no sistema de segurança pública do Distrito Federal no dia dos ataques extremistas de 8 de janeiro de 2023. Um trecho do relatório da PF foi citado em documento despachado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (29). A PF apontou que houve “falhas evidentes” do ex-secretário Anderson Torres e cita o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
“Trata-se de inquérito instaurado para apurar existência de indícios de atuação criminosa por parte de Ibaneis Rocha Barros Júnior, Anderson Gustavo Torres, Fernando de Sousa Oliveira e Fábio Augusto Vieira”, inicia a PF.
Sousa era o secretário-executivo de Torres e Vieira o comandante-geral da Polícia Militar, à época.
“Conclui-se que as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) no enfrentamento das manifestações de 08/01/2023 são evidentes, especialmente pela ausência inesperada de seu principal líder, ANDERSON GUSTAVO TORRES, em um momento de extrema relevância aliado a falta de ações coordenadas e a difusão restrita de informações cruciais contidas no Relatório de Inteligência no 06/2023 foram fatores decisivos que contribuíram diretamente para a ineficiência da resposta das forças de segurança”, escreveu a PF no relatório.
Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre omissão das autoridades públicas no dia dos ataques às sedes dos três poderes da República, enviou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) os autos do caso, para o Ministério Público opinar.
Também foram destacadas “falta de ações coordenadas” e a “difusão restrita de informações cruciais”. Nesse contexto, foi afirmado que “a ausência de articulação e de difusão de dados comprometeu a capacidade de antecipar e enfrentar os atos de violência, revelando um despreparo que não pôde conter a escalada dos eventos ocorridos 08 de janeiro de 2023”.
Para a PF, os elementos que demonstram as falhas são:
– Ausência do País do então secretário de Segurança Pública, o ex-ministro Anderson Torres;
– Falta de ações de segurança coordenadas;
– Pouca difusão de informações que constavam em relatório de inteligência da polícia local e previam possíveis ataques.
“Em suma, a ausência de articulação e de difusão de dados comprometeu a capacidade de antecipar e enfrentar os atos de violência, revelando um despreparo que não pôde conter a escalada dos eventos ocorridos 08 de janeiro de 2023”, completou a PF.