O mais recente boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde relatou que 5.475 municípios brasileiros, ou 98,2% de todas as cidades do país, têm, pelo menos, um caso de Covid-19 confirmado.
O documento revela que 134 municípios registraram seus primeiros casos entre a 29ª semana epidemiológica da doença (12 a 18 de julho) e a 30ª (19 a 25 de julho). Os dados são da última quarta-feira (29), e serão atualizados nesta semana.
De acordo com o ministério, é possível que municípios divulguem dados equivocados e, por isso, retirem o registro do sistema. Assim, o número de cidades com casos de Covid-19 pode cair. Além disso, embora o número de municípios com casos confirmados tenha aumentado entre essas semanas epidemiológicas, o número de casos novos diminuiu.
O coronavírus passa por um processo de interiorização no país. Na 13ª semana epidemiológica da pandemia (de 22 a 28 de março), 87% dos casos novos eram oriundos das capitais e regiões metropolitanas. Ao final da 30ª semana epidemiológica, porém, este índice caiu para 42%.
Rússia
A Rússia está se preparando para iniciar uma campanha de vacinação em massa contra o novo coronavírus em outubro, disse o ministro da Saúde, Mikhail Murashko.
A informação foi divulgada pela a agência de notícias russa RIA, que informou também que o ministro não deu detalhes sobre qual vacina será usada. Ele adiantou, porém, que médicos e professores serão os primeiros a receber as doses.
Uma fonte disse à Reuters que a primeira vacina em potencial contra Covid-19 de Rússia, desenvolvida por um centro de pesquisa do estado, teria a aprovação regulatória local em agosto e seria administrada aos profissionais de saúde logo em seguida.
Seis meses após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a emergência global, o novo coronavirus matou mais de 680.000 pessoas no mundo e infectou mais de 17,6 milhões, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
Desconfiança
Dezenas de possíveis vacinas contra o coronavírus estão sendo desenvolvidas em todo o mundo e mais de 20 estão atualmente em ensaios clínicos.
Inúmeras empresas chinesas lideram a corrida para desenvolver uma imunização contra a doença e a Rússia já havia estabelecido setembro como data limite para lançar a sua própia vacina. No entanto, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci afirmou, recentemente, que é pouco provável que seu país use uma vacina desenvolvida por um desses países, onde, segundo ele, os sistemas de regulação são mais opacos do que no Ocidente.
Há uma corrida global para o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. No Brasil, estão sendo testadas vacinas produzidas pelo laboratório chinês Sinovac e pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboaratório Moderna.
Como parte de seu projeto “Operation Warp Speed” (Operação velocidade da Dobra), o governo dos EUA pagará aos laboratórios Sanofi e GSK até US$ 2,1 bilhões para desenvolver uma vacina contra a Covid-19, disseram as empresas farmacêuticas.
Um dos países que participará dos ensaios em grande escala (a terceira e última fase de testes da vacina) da Sanofi é o México, que registrou um novo recorde de casos diários nesta sexta, com 8.458 infecções. O país já é o terceiro mais afetado do mundo pelo vírus, com 46.688 mortos (424.637 casos), superando o Reino Unido.