Por Redação O Sul | 20 de maio de 2016
O 9º Fórum Internacional de TI do Banrisul reservou o segundo e último dia (19) para discutir especialmente os novos hábitos da sociedade no mercado, nos meios de pagamento e no uso da tecnologia. O evento ocorreu, com grande presença de público, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre.
O painel “O Mercado e os novos hábitos da sociedade” trouxe a percepção de especialistas do mercado sobre as perspectivas de negócios. Antônio Eduardo Campos Falcão, da Verifone, ressaltou a importância da experiência de compras na fidelização do cliente. Ele citou uma pesquisa de consumo que constatou que 70% das pessoas retornam a comprar de uma loja na qual tiveram uma boa experiência de consumo, 40% exigem um programa de fidelidade e 55% pagaria mais por uma melhor experiência de compra. Destacou, ainda, o case de uma start up brasileira, com sede na Alemanha, que prevê lançar uma tecnologia de pagamento por meio de reconhecimento facial.
Outra novidade é o Subscription Management associado ao QoT (qualidade das coisas). Segundo Rodrigo Sanchez, da Gemalto, hojeé possível comprar um tablet ou outro dispositivo com o chip da tecnologia GSMA, permitindo ao usuário escolher qual operadora deseja utilizar sem a necessidade de ir até a loja para ter acesso aos serviços.
Sanchez mencionou a aplicação desta tecnologia em estabelecimentos comerciais. Por exemplo, quando a conexão de uma máquina de pagamento (POS) estiver inativa, o equipamento pode mudar automaticamente para outra operadora proporcionando disponibilidade de pagamento e conveniência para o cliente. Esta tecnologia está disponível nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, este serviço está acessível apenas no Smart Watch da Samsung.
No painel “Os novos hábitos nos meios de pagamento”, participou como moderador o vice-presidente do Banrisul, Irany Sant’Anna Junior. O diretor da Banrisul Cartões, Carlos Malafaia, comentou sobre a evolução dos meios de pagamento como, por exemplo, os táxis que antigamente só poderiam ser pagos com dinheiro. “Hoje, os passageiros têm a opção de pagarem por meio do cartão de crédito na máquina de cartões no próprio táxi”, frisou. Ele salientou que o próprio passageiro, no Uber, nem sabe se pagou a corrida, pois o pagamento é tão facilitado, que é cobrado direto na fatura do cartão de crédito, não necessitando ter o cartão em mãos.
Malafaia ressaltou a rapidez dos novos meios de pagamento que entram no mercado. “Eles só querem se inserir, sem saber de regulamentações do governo, surgindo assim as disputas com os antigos prestadores do serviço. Em um exemplo prático, isso está ocorrendo com o Uber.”
O gerente de Serviços Financeiros no Mercado Pago, Tulio Xavier de Oliveira, abordou sobre as tendências de pagamento on line e o seu produto, o Mercado Pago, que é um dos serviços do Mercado Livre. “O Mercado Pago é um ecossistema de pagamento completo. O maior sistema de pagamento da América Latina que está presente em oito países, com 140 milhões de cadastros, sendo que a maioria deles possui entre 25 e 45 anos.”
O diretor do SpiderLabs, da Trustwave, Thiago Musa, falou da segurança e token de pagamento. A Trustwave é uma empresa de segurança ofensiva e avançada. Ele fez sua palestra baseada em um relatório de dados coletados em 2015, o Global Security Report 2016. Com base nestes dados, Musa afirmou que os fatores que contribuem para as invasões de hackers são as senhas fracas e o acesso remoto mal controlado. “O principal alvo do hacker é o cartão de crédito. Já a principal característica do token de pagamento, referente à segurança, é que tem validade e precisa passar por validações.”
O painel internacional “A tecnologia transformando os hábitos globais”, teve como moderador o diretor de TI do Banrisul, Jorge Krug. O painelista Petter Falkman, PhD em automação industrial e professor da Chalmers University of Technology, da Suécia, mostrou os projetos desenvolvidos pelos alunos. Destaque para a coleta de lixo por robôs, com o uso de drones e de um sistema que garante a segurança das pessoas. Segundo ele, o desafio para o mercado de automação é controlar a complexidade dos casos e garantir a segurança para viabilizar os projetos.
O tema central deste painel foi o desenvolvimento de aplicativos e processos de negócio voltados para a experiência do consumidor. Fernando Mendez, da Visa dos Estados Unidos, contou um case da GE, no qual o desenvolvedor construiu uma máquina de ressonância magnética para o público infantil. Observando que as crianças eram amarradas para ficar imóveis durante o exame e acabavam tendo uma péssima experiência, foi criada uma máquina lúdica na qual os pequenos entram em uma história de piratas e colaboram ficando imóveis, recebendo recompensas vendo imagens de peixes no fundo do mar. “O resultado foi muito positivo. É este direcionamento que a Visa pretende usar no desenvolvimento de seus produtos, se aproximando do mercado e dos desenvolvedores”, disse Mendez.
A apresentação de David Bressler, da empresa norte-americana CA Technologies, foi na mesma direção. Ele apontou três passos para elaborar aplicativos e serviços com o foco na experiência do cliente: observar os pontos de atrito na experiência de consumo, eliminar estes pontos e tratar o cliente com muita empatia, ou seja, colocar-se em seu lugar.
