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Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2020
O inquérito que apura a queda da médica Sáttia Lorena Patrocínio Aleixo do 5º andar do prédio onde ela mora, no bairro de Armação, em Salvador, foi prorrogado por 30 dias. A informação foi confirmada ao portal G1 pela assessoria de comunicação da Polícia Civil.
O caso aconteceu na madrugada do dia 20 de julho. De acordo com a polícia, a prorrogação se deu porque o suspeito de ter provocado a queda, Rodolfo Cordeiro Lucas, companheiro de Sáttia e também medico, teve prisão preventiva revogada pela Justiça na última segunda-feira (27).
Com isso, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas, que investiga ao caso, tem mais 30 dias para concluir o inquérito. A vítima, Sáttia Lorena, segue internada no Hospital Geral do Estado (HGE). O estado de saúde dela é considerado grave e a família chegou a pedir doação de sangue.
Rodolfo Cordeiro Lucas foi preso em flagrante por tentativa de feminicídio, ainda na madrugada de 20 de julho. Ele foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil e de lá foi transferido para a Deam. No dia 21, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
No documento, a Justiça pontuou que decretou a preventiva para manter a ordem pública, além de prevenir possível perigo gerado pelo “estado de liberdade do imputado”. Disse também que durante o interrogatório, Rodolfo não revelou detalhes concretos de uma possível tentativa de suicídio por parte da vítima e fez uma “narrativa desconexa, evasiva e sem conteúdo”.
Já no dia 27, quando a prisão dele foi revogada, a Justiça explicou que “inexistem nos autos elementos demonstrativos da necessidade de se manter a prisão processual do Indiciado”. Pontuou também que ele é réu primário, “com bons antecedentes, endereço conhecido, profissão definida, podendo ser localizado a qualquer momento para a prática dos atos processuais”.
Familiares da médica afirmam que o relacionamento entre Sáttia e Rodolfo era abusivo e que ela foi jogada por ele. Uma vizinha de antigo prédio da médica disse que a relação do casal era marcada por brigas e que Sáttia pedia “socorro” com frequência.
Rodolfo nega que tenha jogado Sáttia do prédio. O advogado dele, Gamil Föppel, disse que o suspeito tentava a separação e que Sáttia tentou agredi-lo e depois tentou se jogar pela janela da sala. Como não conseguiu, foi para o quarto, onde tudo teria acontecido.
Em depoimento à polícia, Rodolfo Cordeiro Lucas chegou a dizer que Sáttia tinha ideias suicidas e que se automedicava com remédios controlados. Ele disse ainda que, apesar dos “surtos de ciúmes” apresentados pela médica, o casal não tinha discussões pontuais e que ela “simplesmente surtava”, o que contradiz a versão de vizinhos.