Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2020
Ação de fiscalização do comércio em cuprimento de decretos de Porto Alegre.
Foto: Juliane Soska/SMDE PMPAMais de vinte entidades de Porto Alegre encaminharam carta ao prefeito Nelson Marchezan Júnior exigindo a reabertura do comércio, independente do porte, bares, restaurantes e prestadores de serviços, além de atividades de construção civil para evitar “colapso”. O documento, encaminhado no sábado (1º) e divulgado neste domingo (2), sugere horários e protocolos.
A pressão acontece após a liberação dos jogos do Campeonato Gaúcho em Porto Alegre. Segundo as entidades, “prefeitura deu o circo com a volta do futebol, mas o varejo agora quer o pão”.
Na sexta-feira (31) as entidades já haviam manifestado seu desapontamento com a decisão da prefeitura sobre os jogos, enquanto o comércio segue, na sua maioria, fechado em Porto Alegre.
Segundo as entidades, se o lazer está com flexibilizações e argumenta motivos econômicos, o comércio também tem as suas razões.
“Não temos mais tempo. Já temos muitas lojas abertas e é por desespero”, afirmou na sexta o presidente do Sindilojas POA (Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre), Paulo Roberto Kruse.
A CDL POA (Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre) também admitiu decepção. O presidente da entidade, Irio Piva, afirmou que esperava novidades para o Dia dos Pais. “Os empresários não aguentam mais ficar de portas fechadas”, relatou. Segundo ele, a retomada do futebol é apoiada, mas com o retorno do comércio se comprometendo a também seguir protocolos de saúde e segurança.
Na ocasião em que anunciou a liberação dos jogos no Beira-Rio e na Arena, que acontecem neste domingo, Marchezan afirmou que iria voltar a conversar com os empresários para elaborar um retorno, mas os prazos fizeram com que as entidades se adiantassem.
“Seguimos na próxima semana as reuniões com diversos setores na busca de alternativas para possível retomada gradual das atividades nos próximos 60 dias. Inicialmente as reuniões serão com os setores da indústria, comércio, serviços, construção civil, alimentação, hospedagem, supermercadistas, shoppings centers, transporte, religiosos e imprensa”, disse o prefeito na última sexta-feira sobre as reuniões previstas.
“A flexibilização só será possível se alcançarmos as metas estabelecidas para os indicadores de circulação e saúde. Os resultados favoráveis dependem do engajamento de todos: setor público, sociedade civil, imprensa e população”, resumiu.
Leia a íntegra do documento:
“Carta aberta aos porto-alegrenses – Pela retomada imediata das atividades econômicas
Aos cidadãos de Porto Alegre
Vivemos há mais de 4 meses com atividades restritivas aos hábitos e costumes da sociedade porto-alegrense, entre os quais, o livre arbítrio de trabalhar, comprar e vender. Neste período, o poder público teve tempo e a verba necessária para dotar nossa cidade de estrutura física e de pessoal para o atendimento médico da população atingida pela pandemia.
Temos agora que buscar medidas também para a preservação de nossa economia, quer pessoal, familiar ou empresarial, sem as quais não teremos condições de manter a luta contra este vírus e em defesa da vida.
Considerando a necessidade de manter os cuidados para diminuir a aglomeração das pessoas no transporte público e procurando minimizar as possibilidades de contágios, apresentamos as seguintes medidas, numa primeira fase, que urgem serem tomadas, sempre mantendo o diálogo com as partes envolvidas para novos ajustes:
A abertura do comércio, independentemente do seu porte, nos seguintes horários: comércio tradicional (de rua) das 9h às 17h e shopping centers das 12h às 20h;
Abertura de bares e restaurantes no horário das 11h às 22h;
Atendimento dos prestadores de serviços em período único das 10h às 16 h, excetuando as instituições de ensino que atenderão os termos acordados com o governo do Estado;
Liberação das atividades na construção civil, igualando as obras públicas e privadas, no horário das 7h às 17h;
A ampliação dos horários de atendimento das atividades essenciais e a flexibilização dos estacionamentos para minimizar eventuais concentrações e aglomerações.
Os protocolos de saúde, que protegem trabalhadores e consumidores da Covid-19, serão rigorosamente seguidos, cobrados e difundidos por nossas entidades, buscando uma conscientização cada vez maior de nossa população.
Frente ao acima exposto é imperioso que o poder público decrete a retomada inadiável e imediata das atividades econômicas. Estamos abertos a um processo construtivo, sob pena de ruptura dos canais de interlocução e do colapso do sistema econômico e, por conseguinte, da saúde de toda a população.
Porto Alegre, 1° de agosto de 2020.
Assinam este comunicado:
Abrasce
Abrasel
Aclame
Acomac
ADCE
ADVB RS
AEHN
Agas
Alshop
ACPA
CDL POA
Fetransul
ICF
Lide RS
Sindha
Sindilojas POA
Secovi RS
Sincodiv/Fenabrave
Sinduscon RS
Sinepe RS
Sulpetro”