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Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2020
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (11) que a Rússia é o primeiro país do mundo a registrar uma vacina contra o novo coronavírus. Apesar do anúncio, sabe-se pouco sobre a eficácia dessa vacina, e ela vem sendo questionada por especialistas internacionais.
A Rússia também anunciou que o Brasil deve participar da próxima fase dos testes da imunização, prevista para começar nesta quarta-feira (12).
“Esta manhã uma vacina contra o novo coronavírus foi registrada pela primeira vez no mundo”, disse o chefe do Kremlin em reunião com o Gabinete de Ministros.
Segundo a atualização mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), do dia 10 de agosto, sobre as vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento no mundo, a vacina russa ainda estava na fase 1 dos testes. O desenvolvimento de uma vacina prevê 3 etapas.
Nesta terça, a OMS comentou o anúncio da vacina russa. A entidade declarou que a Rússia “não precisa de sua aprovação” para registrar a vacina, e que precisará ter acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e segurança da imunização para aprová-la.
Ao todo, 165 vacinas contra a Covid-19 estão sendo pesquisadas em todo o mundo, segundo os dados da organização. Seis dessas candidatas estão na fase final de testes em humanos (a fase 3).
A imunização russa se chamará Sputnik V, em alusão à corrida espacial da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos. O Sputnik I foi o primeiro satélite a orbitar a Terra, lançado pelos soviéticos em 1957.
Parceria com o Brasil
O governo do Paraná anunciou que vai assinar, nesta quarta, um acordo para fabricar a imunização russa. A produção, entretanto, não tem previsão de início, pois depende de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No dia 24 de julho, o governo do Estado já havia anunciado que estudava uma parceria com a Rússia para fabricação da vacina.
Questionada sobre a produção da imunização, a Fiocruz respondeu que “o acordo com o instituto russo para a produção da vacina será feito com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), conforme pronunciamento do diretor do instituto”.
A Fiocruz tem um acordo de parceria com a farmacêutica AstraZeneca, no Reino Unido, para transferência de tecnologia, para o Brasil, da produção da vacina testada pela Universidade de Oxford.
Segundo o site da nova vacina, o Brasil irá participar da fase 3 dos estudos clínicos, que tem previsão para começar nesta quarta. Serão 2 mil participantes; além dos brasileiros, deve haver voluntários da própria Rússia, dos Emirados Árabes, da Arábia Saudita e do México.
Por meio da Anvisa, o governo afirmou que não há solicitação de qualquer entidade ou parceiro a respeito dessa vacina no País.
Segundo a agência, para realizar um ensaio clínico no Brasil é preciso da aprovação do Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão vinculado ao Ministério da Saúde.