Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2020
O departamento de La Paz se tornou a segunda região mais afetada pela Covid-19
Foto: ReproduçãoMoradores de um bairro da cidade de La Paz, na Bolívia, protestaram nesta segunda-feira (17) contra os planos do município de construir um cemitério com capacidade para cerca de 1.800 pessoas que morreram de Covid-19, diante de um eventual colapso do principal cemitério local, apurou a AFP.
Habitantes do bairro “Hernando Siles” iniciaram seus protestos no fim de semana contra a decisão da prefeitura de viabilizar um espaço de cerca de 5.000 metros quadrados no chamado “bosque de Pura Pura”, adjacente a uma rodovia que liga La Paz a El Alta.
“Não queremos um cemitério aqui, porque ameaça a saúde”, disse Victoria Saico, moradora da região, na segunda-feira (17), que junto com mais de uma dezena de mulheres se mudou para a esplanada onde a prefeitura pretende localizar o cemitério.
As mulheres se opuseram aos planos do município e não descartaram bloquear o trânsito da rodovia que liga as duas cidades. Sulma Mamani, outra moradora do bairro, garantiu que a prefeitura vai causar um “biocídio”, pois Pura Pura é uma área verde, um dos principais pulmões da cidade.
A Câmara Municipal aprovou na semana passada uma portaria para viabilizar o novo cemitério, devido ao aumento de mortes. Em março passado, quando começaram a ser registradas as primeiras infecções por Covid-19, o Cemitério Geral de La Paz registrou 428 sepultamentos por mês, enquanto em julho foram 1.871, segundo relatório oficial.
Jorge Silva, vereador municipal, afirmou que estava previsto que o cemitério principal de La Paz pudesse funcionar por mais cinco anos, mas “os enterros aumentaram de forma alarmante nos últimos dias e o cemitério de La Paz entrou em colapso”.
O departamento de La Paz se tornou a segunda região mais afetada pela Covid-19, depois de Santa Cruz (leste), com mais de 25.700 infectados e 468 mortes. O país de 11 milhões de habitantes registra mais de 100.000 infectados e mais de 4.000 mortes.