Segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2020
A Itália registrou 1.210 casos de coronavírus em vinte e quatro horas, confirmando a clara reativação da epidemia, intimamente ligada a viagens e feriados, segundo relatório oficial publicado no domingo (23).
No sábado (22), foram detectados 1.071 novos casos, em uma curva ascendente que começou na quarta-feira passada (19), com 642 casos, e seguiu na quinta (20), com 845, e na sexta-feira (21), com 947. O Ministério da Saúde relata sete mortes, elevando o número de vítimas para 35.437 desde o início da epidemia.
O ministro Roberto Speranza descartou neste domingo um reconfinamento nacional geral e afirmou que a situação está sob controle. Segundo Raniero Guerra, vice-diretor da OMS, o aumento de casos positivos é explicado por “um uso mais desenvolvido dos testes”.
Neste domingo (23), a Itália ultrapassou o limite de 8 milhões de exames desde o início da epidemia. Os testes são obrigatórios para turistas que regressam de quatro países (Espanha, Grécia, Croácia, Malta). Muitos também fizeram voluntariamente um teste nasal no porto de Civitavecchia ao norte de Roma, onde chegam as balsas da Sardenha. Um terço dos novos casos identificados no domingo na região de Roma estão relacionados com estadias na Sardenha.
Vacina
A Itália começa nesta segunda-feira (24) a testar em humanos, em um hospital de Roma, uma vacina contra a covid-19 criada e produzida no país. Milhares de pessoas se inscreveram como voluntários — 5 mil só na semana passada —, mas apenas 90 foram escolhidas para os testes, que serão realizados no Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani.
A vacina, criada, produzida e patenteada pela empresa italiana de biotecnologia ReiThera, já passou pelos testes pré-clínicos realizados tanto in vitro como em animais. Os primeiros resultados evidenciaram uma forte resposta imunológica e um bom perfil de segurança, segundo as autoridades da região de Lazio, que tem Roma como capital e financiou a vacina com 5 milhões de euros.
Os primeiros cinco voluntários são homens, com idades entre 31 e 46 anos, que passaram nos exames médicos preliminares. A vacina será injetada e, se não forem observados efeitos adversos significativos, o estudo avançará para o próximo grupo de voluntários, que receberão uma dose mais elevada. A segunda rodada deverá ocorrer entre 7 e 9 de setembro. Em geral, os 90 voluntários escolhidos estão divididos em dois grupos de idade: 45 pessoas entre 18 e 55 anos e o mesmo número entre 65 e 85 anos. Cada grupo será dividido em três subgrupos de 15 pessoas, cada um recebendo uma dose diferente de vacina.
Durante a fase 1, cada voluntário receberá uma dose de vacina. Depois, cada paciente será submetido a sete controles, os primeiros dois dias após a vacinação e os últimos, após 24 semanas. Muitos dos voluntários são médicos, detalhe que tem gerado grande aprovação das autoridades de saúde. Se os resultados desta fase forem positivos, a segunda etapa pode começar no outono, com um maior número de voluntários, tanto na Itália como em outros países.