Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2020
Copom anunciou a queda da Selic de 2,25% para 2%
Foto: DivulgaçãoA redução da taxa Selic tem sido uma política constante aplicada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. De fato, se analisada a evolução histórica da taxa básica de juros publicada pela máxima autoridade monetária, vê-se que a queda é uma tendência faz cinco anos pelo menos: só entre 2017 e a atualidade, a taxa Selic passou de 6,50 para 2 pontos percentuais, ficando no menor patamar histórico desde 1999.
Mas, e daí? O que é que tem de interessante nessas variações? Mesmo que os dados pareçam bem distantes da vida cotidiana dos cidadãos, a taxa Selic tem uma influência direta no acesso a serviços financeiros na população: ela é a taxa de juros básicos da economia brasileira e na qual os bancos se baseiam para implementar as taxas cobradas nos seus empréstimos.
Trata-se de uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para diversos objetivos: ao aumentar a taxa, se procura causar uma desaceleração da economia, evitando que a inflação fique muito alta. Já baixando a Selic, se estimula o consumo, tentando aquecer a economia e aumentando a inflação quando ela ficar por baixo da meta.
Assim, quando há uma queda na Selic, os bancos acompanham essa tendência reduzindo as taxas de juros dos diferentes empréstimos, fazendo com que o crédito fique mais acessível para os brasileiros.
É o que aconteceu este mês após o Copom ter anunciado a queda da taxa básica de 2,25% para 2%. Nos dias seguintes, muitos bancos já diminuíram os juros aplicados nos créditos para pessoas físicas e jurídicas. No caso do Banco Itaú, por exemplo, a mudança foi repassada na taxa de empréstimo pessoal para pessoas físicas e na taxa de capital de giro para pessoas jurídicas.
O Banco do Brasil também anunciou a redução nas linhas de créditos imobiliários (SFH e CF) com taxas anuais de 6,59% perante a 6,99% até agora. Outras linhas alcançam patamares mínimos com esta queda: trata-se dos créditos home equity (com garantia de imóvel) e a linha de crédito estruturado, cada uma delas com taxas de 0,78% e 0,75% respectivamente.
No setor de empréstimos para pessoas jurídicas, a diminuição também foi percebida, nas modalidades de recebíveis – descontos de títulos e cheques, assim como na ACL (antecipação de crédito ao lojista) as taxas mudaram de 0,76%, 1,07% e 0,74% ao mês para 0,66%, 1,05% e 0,72%, respectivamente.
Neste cenário, muitos analistas entendem que a nova redução dos juros pode impactar positivamente na construção civil, atentos que o financiamento de imóveis ficou mais acessível, principalmente nos créditos hipotecários. No ano de 2015, por exemplo, com uma taxa Selic em 14,5%, a taxa de financiamento imobiliário era de 10% ao ano. Já hoje, os cinco maiores bancos do País apresentam taxas de 7% em promédio.
Como explica o diretor-executivo da HVM Incorporadora, Rodolfo Luiz Holsback, “o setor imobiliário depende dessas taxas de longo prazo e com a Selic mais barata o cenário ficou ainda melhor para quem quer investir na compra de imóveis”.