Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de agosto de 2020
O homem apontado como operador financeiro do pastor Everaldo, Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso, foi preso neste domingo (30) em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, segundo informações do portal de notícias G1. O suposto doleiro foi um dos alvos da Operação Tris in Idem, que afastou Wilson Witzel do cargo de governador do Rio de Janeiro e prendeu sete pessoas. Entre os detidos na ação, está o pastor Everaldo, presidente do PSC (Partido Social Cristão). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Victor Hugo se apresentou à Polícia Federal no aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha.
Na decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Victor Hugo é apontado como o homem responsável por direcionar as contratações supostamente fraudulentas. A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços no Uruguai ligados ao suposto operador financeiro de Everaldo.
“[Victor Hugo é] Operador financeiro do grupo liderado por pastor Everaldo, responsável por contabilidade paralela, por cooptação de agentes públicos e privados e por direcionar contratações, declarando endereço no exterior e constituindo várias offshores em nome de sua mãe e sua irmã, essa também envolvida”, diz a decisão.
Além disso Victor Hugo distribuía, pela condição de operador financeiro, vantagens indevidas mediante meios sofisticados.
Desvio de recursos
Na sexta-feira (28), o ministro do STJ Benedito Gonçalves decretou a prisão temporária do pastor Everaldo –, e de mais dez pessoas, todas investigadas na Operação Placebo, que apura a formação de organização criminosa para o desvio de recursos na área da saúde do Rio de Janeiro.
Foi no âmbito da mesma operação que o ministro determinou o afastamento por 180 dias do governador Wilson Witzel, e a prisão preventiva de outros seis investigados.
Diferentemente das prisões preventivas – decretadas sem prazo determinado –, as prisões temporárias têm duração máxima de cinco dias, mas podem ser prorrogadas mediante prévia decisão judicial fundamentada.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), o pastor Everaldo lideraria um dos grupos criminosos influentes nos poderes Executivo e Legislativo do Rio de Janeiro, especialmente no governo de Wilson Witzel. As investigações apontaram que o presidente do PSC comandaria várias contratações e teria controle sobre orçamentos na Secretaria da Saúde e em outros órgãos estaduais.
Ao justificar a necessidade das prisões temporárias, o ministro destacou que quaisquer medidas cautelares mais brandas – como a proibição de contato com pessoas investigadas, o monitoramento eletrônico e a prisão domiciliar – não seriam suficientes, “na medida em que não obstariam a manutenção de práticas para ocultação de evidências e destruição de elementos de informação e de prova, como remessa de recursos ao exterior, influência sobre testemunhas” e outras ações ilegais.
O pedido de prisão do governador, feito pelo MPF, não foi acolhido pelo ministro Benedito, que entendeu ser suficiente o seu afastamento do cargo para interromper as supostas atividades de corrupção e lavagem de dinheiro. Witzel deixa de ter poder para liberação de recursos e contratações em tese fraudulentas.
O governador afastado poderá permanecer na residência oficial e ter contato com o pessoal e dispor dos serviços imediatamente a ela correspondentes. As informações são do portal de notícias G1, do jornal O Estado de S. Paulo e do STJ.