Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2020
A Petrobras informou nessa terça-feira (8), que reduzirá os preços médios do diesel e da gasolina em 5% em suas refinarias a partir desta quarta (9), na esteira de uma queda acentuada nas cotações de petróleo no mercado internacional.
Na semana passada, a estatal já havia reduzido o valor do diesel em 6% e o da gasolina em 3%.
A redução dessa terça foi anunciada depois que o preço do petróleo tipo Brent caiu mais de 5%, para menos de US$ 40 por barril, pressionado por preocupações sobre a demanda à medida que infecções por coronavírus aumentam no mundo.
O novo preço do diesel nas refinarias será de R$ 1,6255 o litro, o menor desde o início de julho. No caso da gasolina, a cotação ajustada será de R$ 1,6813, o menor patamar desde o fim de julho.
No ano, a queda acumulada passou para cerca de 30% no caso do diesel e para aproximadamente 12% para a gasolina, segundo dados da Petrobras compilados pela agência de notícias Reuters.
O repasse dos reajustas nas refinarias ao consumidor final nos postos, no entanto, não é garantido e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.
Perfil de produção
Passado o pior momento da crise do setor de óleo e gás, a Petrobras está retomando o perfil de produção de derivados de petróleo em suas refinarias. Não só o processamento da matéria-prima aumentou, como o cardápio de produtos mudou e voltou ao que era fabricado antes de a cotação da commodity despencar no mercado internacional.
Em vez do óleo combustível marítimo, que nos primeiros meses de 2020 ajudou a empresa a fazer caixa, o óleo diesel, a gasolina e o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido popularmente como gás de cozinha, voltaram à lista de prioridades da estatal.
Reforçando essa tendência, a utilização das refinarias em relação à capacidade autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), saltou de 56%, em abril, para 75,5%, em junho. Desta forma, ficou próxima ao nível de janeiro, que era de 76,3%.
A indústria do petróleo entrou em crise em fevereiro, por conta de uma desavença da Rússia com a Organização dos Países Exportadores (Opep) sobre uma sobreoferta da commodity, o que fez com que a cotação do barril despencasse para a casa dos US$ 20. Em seguida, com o coronavírus e retração brusca da demanda, o petróleo chegou a ser vendido a valores negativos nos Estados Unidos. E, no Brasil, o coronavírus afetou, especialmente, a demanda por combustíveis utilizados em automóveis e aeronaves.
Para a Petrobras, abril foi o pior mês da crise. Para evitar prejuízos ainda piores em sua receita, a empresa aproveitou uma nova exigência regulatória internacional por um combustível marítimo mais limpo, como o que produz em suas refinarias a partir do petróleo do pré-sal, para ganhar espaço no mercado externo. A companhia petrolífera se viu obrigada, então, a transformar o perfil das suas refinarias para produzir óleo marítimo no lugar, em parte, da gasolina e do óleo diesel.
Bacia de Santos
A Petrobras deu início à fase vinculante referente à venda de 50% a 100% de sua participação, com passagem de operação, na concessão BM-S-51 na Bacia de Santos, conforme comunicado divulgado nessa terça.
Segundo a companhia, a concessão adquirida em 2005 e que está no primeiro período exploratório, fica localizada em lâmina d’água, que varia de 350 a 1.650 metros e cerca de 215 quilômetros da costa de São Paulo.
Os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão carta-convite com instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo orientações para a realização de diligência prévia e para o envio das propostas vinculantes.
A Petrobras é operadora com 80% de participação nesse ativo, em consórcio com a Repsol Sinopec Brasil que detém os demais 20%.