Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2020
Recentemente, a ONU (Organização das Nações Unidas) publicou um levantamento sobre transformação digital entre seus mais de 190 países-membros. A pesquisa, realizada a cada dois anos com o objetivo de analisar os serviços prestados por cada governo, indicou que o Brasil figura entre as nações que mais priorizam a tecnologia como fator de inclusão e acessibilidade. A pesquisa sobre Governo Eletrônico 2020, publicada pela ONU, aponta que o País subiu duas posições e agora é o 20º, entre 193 nações, no Índice de Serviços Online (OSI). O líder mundial na oferta de serviços online é a Coreia do Sul, seguida por Estônia, Dinamarca e Finlândia.
O relatório aponta que o país merece destaque por apresentar uma estratégia eficiente de governo digital, que acaba por facilitar o acesso a informações de interesse público e aproximar o exercício da cidadania.
De acordo com o presidente-executivo da Associação das Autoridades de Registro, Edmar Araújo, projetos do governo como o “www.gov.br” evitam filas e gastos financeiros. Suas estimativas apontam para uma poupança de R$ 2 bilhões anuais e 149 milhões de horas que seriam gastos com papelada e procedimentos mas foram substituídos por processos digitais, mais baratos e acessíveis.
Vale ressaltar que a estratégia elaborada pelo governo em termos de transformação virtual mira a digitalização de 100% dos serviços públicos até o final de 2022. Isso significaria uma economia bilionária com serviços e despesas ao longo dos próximos anos.
Contudo, como sempre, há um lado bastante negativo: a segurança dos dados. Em abril deste ano, hackers invadiram o site governamental do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, responsável por emitir certificados digitais no Brasil. Um mês mais tarde, sites dos governos do Paraná, do Mato Grosso do Sul e até mesmo do Ministério Público também foram invadidos.
Assim, ao mesmo tempo em que a transformação digital torna o governo mais acessível e próximo da população, há importantes contrapontos que precisam ser analisados. O fato de que a elaboração de leis adequadas para a nova era digital é um processo lento é outro efeito que demanda atenção.
Serviços do governo
Mais de 900 serviços do governo federal podem ser acessados pelo celular, tablet ou computador. Somente no período da pandemia de Covid-19, o governo já digitalizou 345 serviços, com uma média de três novos serviços a cada dois dias, desde março. Entre eles, estão o auxílio emergencial de R$ 600 e o seguro desemprego do empregado doméstico. No total, desde janeiro de 2019, são 918 serviços que podem ser acessados pelos cidadãos pela internet, segundo dados do Ministério da Economia.
Com a digitalização, há possibilidade de solucionar 67,5 milhões de demandas por ano sem exigir deslocamentos da população. A estimativa de economia é de mais de R$ 2 bilhões por ano. Desse total, mais de R$ 1,5 bilhão são de redução de custos para a população, que não precisa ir até o local do atendimento. Para o governo, a economia é de aproximadamente R$ 531 milhões, com a redução de servidores para processar os serviços, além de menos gastos, por exemplo, com energia elétrica, água e papel.
O secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro, destaca que o serviço digital é 97% mais barato. “Todo o processamento e análise de pedidos deixam de ser feito por pessoas”, destaca. Ele citou o caso do Certificado Internacional de Vacinação, que antes precisava do trabalho de 700 funcionários e hoje feito por menos de 100 pessoas. As informações são da revista Veja, da Agência Brasil e do Ministério da Economia.