Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2020
Apresentadora fala ainda sobre a pandemia, a volta ao trabalho e o futuro
Foto: DivulgaçãoGlória Maria está há 10 meses em quarentena. É que, antes mesmo de as pessoas aderirem ao isolamento social por causa da pandemia da Covid-19, a jornalista já estava mais em casa depois de ser submetida a uma delicada cirurgia para retirada de um tumor no cérebro, em novembro do ano passado.
A apresentadora do “Globo Repórter”, da TV Globo, contou que é a primeira vez em mais de 40 anos que parou para valer e que sente um certo constrangimento ao ouvir as pessoas pedindo para voltar à rotina, enquanto ela só agradece a possibilidade de estar em casa. Ela disse, ainda, não acreditar no “novo normal” tão pregado nos dias de hoje.
“Ou é novo, ou é normal, vamos ter que partir para novos olhares. Nada mudou, mas algumas pessoas se viram melhor, começaram a se observar. É preciso uma pandemia para olhar para o outro?”, questionou ela durante live com a jornalista Joyce Pascowitch.
Além de passar pelo processo de cura do câncer cerebral, Glória vivenciou outros momentos de superação, como a perda da mãe, Dona Edna e a pandemia. “Passado é historia, nem quero falar muito do que passou, estou aqui inteira, curada”, comemorou ela, que falou sobre vários assuntos, como assédio e preconceito.
“Eu acho tudo isso um saco. Hoje tudo é racismo, preconceito e assédio. A equipe com que trabalho me chama de ‘neguinha’, de uma forma amorosa e carinhosa. Estou mais de 40 anos na televisão, já fui paquerada, mas nunca me senti assediada moralmente. O assedio é algo que te fere, é grosseiro, desmoraliza. Existe uma cultura hoje que nada pode. Tem que ter uma diferenciação, não dá para generalizar tudo. O politicamente correto é um porre. Acredito que o politicamente correto é o caráter, a honestidade. Esse mundo que a gente está vem muito da amargura das pessoas, não aceito”.