Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2020
Os preços do petróleo recuaram mais de 4% nesta sexta-feira e engataram a segunda semana consecutiva de perdas, depois de o presidente norte-americano Donald Trump testar positivo para Covid-19, pressionando os ativos de risco, em momento em que o aumento da produção global da commodity já ameaça sobrecarregar a lenta recuperação do mercado.
Tanto o Brent, valor de referência internacional, quanto o WTI, cotado nos Estados Unidos, registraram a segunda semana de quedas.
A incerteza em relação à saúde de Trump se uniu a uma série de fatores de nervosismo, como um relatório de emprego com poucos destaques nos EUA e a elevação do bombeamento de petróleo por alguns grandes produtores globais.
“Foi uma semana difícil, e agora o diagnóstico do presidente causa calafrios nos mercados”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York. “A pandemia de Covid-19 pesou mais sobre o mercado do petróleo do que sobre qualquer outra classe de ativos.”
Nesta semana, o mundo atingiu a marca sombria de 1 milhão de mortos pelo coronavírus, enquanto muitos países apertam as restrições e contemplam novos “lockdowns” à medida que o número de infecções acelera.
O petróleo Brent fechou em queda de 1,66 dólar, ou 4,1%, a 39,27 dólares por barril, acumulando perda de 7% na semana. Já o petróleo dos EUA recuou 1,67 dólar, ou 4,3%, para 37,05 dólares o barril, cedendo 8% na semana.
Ações fecham em baixa
As ações dos Estados Unido fecharam em baixa nesta sexta-feira, quando a notícia de que o presidente Donald Trump testou positivo para Covid-19 colocou investidores em modo aversão a risco e aumentou as crescentes incertezas em torno da iminente eleição.
As ações de tecnologia pesaram mais nos índices, mas as perdas do Dow Jones foram mitigadas por ganhos em ações sensíveis aos ciclos econômicos.
Apesar da queda desta sexta-feira, o S&P e o Nasdaq ganharam 1,5% na semana, enquanto o Dow encerrou a sessão 1,9% acima do fechamento da última sexta-feira.
Trump escreveu no Twitter na noite de quinta-feira que havia contraído o coronavírus e seria colocado em quarentena, aumentando as incógnitas para um já volátil mercado.
Mas as ações reduziram as perdas depois que a Casa Branca deu garantias de que Trump, apesar de apresentar sintomas leves, não está incapacitado.
“Isso injeta mais incerteza no resultado da eleição”, disse Roberto Perli, chefe de pesquisa de política global da Cornerstone Macro, em Washington. “Minha leitura é que os mercados têm ultimamente demonstrado uma aversão principalmente à incerteza, não tanto à vitória de um ou outro candidato.”
As ações também receberam um breve impulso após o anúncio da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, de que um acordo para fornecer mais 25 bilhões de dólares em assistência governamental para a indústria aérea era “iminente”.
“Os mercados também estão prestando atenção à probabilidade de que outro pacote de estímulo seja aprovado em breve”, acrescentou Perli. “Se isso acontecer, poderá compensar, pelo menos em parte, a incerteza gerada pelas notícias do Covid.”
Os democratas da Câmara aprovaram um pacote de ajuda fiscal de 2,2 trilhões de dólares na quinta-feira, mas é improvável que o projeto passe pelo Senado, controlado pelos republicanos. As informações são da agência de notícias Reuters.