Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2020
Anúncio foi feito nesta segunda-feira (05). Prêmios em Física, Química, Literatura e Paz serão anunciados ao longo da semana
Foto: ReproduçãoHarvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice são os ganhadores do Prêmio Nobel 2020 em Medicina, anunciou a Academia Sueca nesta segunda-feira (05), pela descoberta do vírus da hepatite C.
Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões). Os estudos do americano Harvey J. Alter, 85 anos, de hepatite associada a transfusões de sangue demonstraram que um vírus desconhecido era uma causa comum de hepatite crônica.
Michael Houghton, britânico, usou uma estratégia não testada para isolar o genoma do novo vírus, batizado de de vírus da hepatite C. Charles M. Rice, de 68 anos, americano, forneceu a evidência final mostrando que o vírus da hepatite C podia, sozinho, causar a doença.
O secretário do comitê do Nobel, Thomas Perlmann, disse que conseguiu falar com dois dos vencedores: Harvey Alter e Charles M. Rice, e que ambos ficaram “muito animados”.
Importância da descoberta
Nos anos 1940, ficou claro para a medicina que havia dois tipos de hepatite infecciosa: a primeira, a hepatite A, era transmitida por água ou comida contaminadas e tinha pouco impacto a longo prazo para o paciente. A segunda era transmitida pelo sangue ou outros fluidos corporais e era bem mais séria que a primeira, podendo levar a um problema crônico de saúde.
Em 1960, um cientista chamado Baruch Blumberg determinou que uma forma da hepatite transmitida pelo sangue era causada pelo vírus da hepatite B. Blumberg venceu o Nobel de Medicina em 1976 pela descoberta.
Mas a maioria dos casos de hepatite transmitida pelo sangue continuava sem motivo claro. A descoberta do vírus da hepatite C, em 1989, revelou a causa dos casos restantes de hepatite crônica e possibilitou exames de sangue e novos medicamentos que salvaram milhões de vidas.
Segundo o comitê do Nobel, mais de 70 milhões de casos de hepatite C são diagnosticados todos os anos, causando 400 mil mortes anuais. A hepatite C, assim como a B, é uma das causas de inflamação de longo prazo do fígado, podendo levar a câncer, e é um dos principais motivos para transplante do órgão.