Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2020
Líderes mundiais parabenizaram no sábado (7) o democrata Joe Biden pela vitória na eleição para a Presidência dos Estados Unidos, mas nem o presidente Jair Bolsonaro nem porta-vozes do seu governo se pronunciaram. Os europeus, que viveram atritos com o presidente Donald Trump ao longo dos seus quatro anos na Casa Branca, foram os primeiros a felicitá-lo.
Biden teve sua vitória projetada na tarde de sábado por todos os principais meios de comunicação dos EUA, cinco dias após o dia final de votação para definir o futuro ocupante da Casa Branca pelos próximos quatro anos. Ele assegurou a vitória com o anúncio dos resultados no Estado da Pensilvânia, somando 273 votos no Colégio Eleitoral, três a mais do que mínimo de 270 necessário para garantir a Presidência.
Um dos primeiros a comentar a vitória, o premier do Canadá, Justin Trudeau, lembrou a amizade entre os dois países e felicitou o recém-eleito e sua colega de chapa, Kamala Harris: “Nossos dois países são amigos íntimos, parceiros e aliados. Compartilhamos um relacionamento único no cenário mundial. Estou realmente ansioso para trabalharmos juntos”, escreveu no Twitter.
Os principais líderes dos países da União Europeia se manifestaram. O presidente francês, Emmanuel Macron, que teve divergências com Trump em relação a temas como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a pandemia do coronavírus, ao felicitar Biden e Harris, afirmou que há “muito a fazer para superar os desafios de hoje”. “Vamos trabalhar juntos!”, completou.
A chanceler alemã, Angela Merkel, que já fez críticas veladas ao unilateralismo do republicano, disse no Twitter estar “ansiosa por uma futura cooperação com o presidente Biden”. “Nossa amizade transatlântica é insubstituível se quisermos enfrentar os grandes desafios de nosso tempo”, escreveu.
O premiê britânico, o conservador Boris Johnson – que tinha um bom relacionamento com Trump, mas tensas com Biden e Barack Obama, quando estes estavam na Casa Branca –, parabenizou Biden e, principalmente, Harris pelo que chamou de sua “conquista histórica”. A vice eleita é a primeira mulher a ocupar o cargo, além de ser também a primeira pessoa negra e a primeira pessoa asiática no cargo.
O premiê espanhol, Pedro Sánchez, por sua vez, desejou sorte aos futuros ocupantes da Casa Branca e disse que está pronto para cooperar com os Estados Unidos para enfrentar os grandes desafios globais.
Aliado de primeira hora de Trump, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saudou a chapa democrata na madrugada de sábado para domingo. “Parabéns Joe Biden e Kamala Harris. Joe, temos um relacionamento pessoal longo e caloroso há quase 40 anos e eu o conheço como um grande amigo de Israel. Estou ansioso para trabalhar com vocês dois para fortalecer ainda mais a aliança especial entre os EUA e Israel”, escreveu numa rede social.
Na América Latina, as manifestações foram de felicitações a Biden a alfinetadas em Trump. O presidente argentino, Alberto Fernández, destacou o comparecimento recorde nas eleições, “uma clara expressão da vontade popular”, além de o fato de o país ter uma futura vice-presidente mulher.
O presidente colombiano, Iván Duque, próximo a Trump em questões como a crise na Venezuela, desejou sucesso ao novo governo e afirmou que os dois países irão trabalhar juntos para fortalecer uma “agenda em comum em comércio, meio ambiente, segurança e na luta contra o crime transnacional”.
No Uruguai, Luis Lacalle Pou também falou sobre cooperação, assim como o chileno Sebastian Piñera, que afirmou que o Chile e os Estados Unidos “compartilham valores como a liberdade, a defesa dos direitos humanos e desafios como a paz e a proteção do meio ambiente”.
O venezuelano Nicolás Maduro, presidente de fato do país, parabenizou o povo americano pela escolha e disse que a “Venezuela sempre estará disposta ao diálogo e ao entendimento com o povo e o governo dos Estados Unidos”. Juan Guaidó, seu principal adversário e reconhecido pelos EUA como presidente, também saudou Biden. “Juntos, trabalharemos para garantir a restauração da democracia, da liberdade e dos direitos humanos para o povo da Venezuela”, escreveu.
Por sua vez, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales, muito criticado durante seu governo por Donald Trump, comentou no Twitter: “A derrota eleitoral de Trump é a derrota das políticas racistas e fascistas. Suas práticas intervencionistas foram derrotadas e, também, seus ataques desumanos contra a Mãe Terra”, escreveu Morales.
Já o governo de esquerda de Andrés Manuel López Obrador, no México, informou que não irá se manifestar enquanto os processos judiciais não forem encerrados. As informações são do jornal O Globo.