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Por Redação O Sul | 13 de maio de 2015
Um ano após o Supremo Tribunal da União Europeia dar aos europeus o direito de serem “esquecidos” por ferramentas de busca, o Google dá indícios de que dificilmente as pessoas ficarão no abismo do esquecimento, mesmo depois de preencher um pedido para desaparecer das listas de busca. A medida, até então, é válida somente para países da União Europeia.
O fato é que há grandes chances de que seu nome permaneça visível quando alguém procurar por ele no Google. Isso acontece em 60% dos casos, revelou a ferramenta on-line de transparência da gigante da internet.
Em 13 de maio de 2014, o Tribunal de Justiça da União Europeia concedeu às pessoas o direito de solicitar a retirada de resultados de buscas que incluíssem seus nomes caso se mostrassem inadequados ou irrelevantes. Até então, o Google, cuja participação no mercado de buscas em países europeus supera os 90%, recebeu 253 mil pedidos em relação a 920 mil links. A companhia removeu um pouco mais de 40% desse total, ou seja, cerca de 380 mil.
Grande parte dos pedidos veio dos maiores países da União Europeia. Cidadãos franceses e alemães se mostraram os mais preocupados em relação aos resultados de busca, seguidos pelo Reino Unido, Espanha e Itália.
E parece que os franceses e alemães tinham razão de estarem preocupados: o Google aceitou metade dos pedidos de remoção dos links vindos da França e da Alemanha, enquanto a taxa de aceitação foi um pouco mais baixa nos outros países citados, com 37,5% no Reino Unido e 27,6% na Itália.
Redes Sociais
A medida afeta também as redes sociais. O Facebook lidera a lista com 6.772 URLs removidas do Google, seguido da rede social da Nova Zelândia profileengine.com (6.035) e Grupos do Google (4 mil). A lista dos dez sites mais afetados inclui Google Plus, YouTube, Twitter, Yasni (alemão), a lista de eventos do Facebook whereevent.com e o site de relacionamento Badoo. Cerca de 8% dos pedidos são referentes a tais serviços.
De acordo com o Google, o processo tem sido mais rápido. Pedidos enviados em junho do ano passado levavam 56 dias para serem processados. Em março deste ano, o prazo foi reduzido para 16 dias. No ano passado, a companhia contratou um grande time de advogados e engenheiros para atender à demanda.
Ao analisar as estatísticas, é mais provável que o Google remova links quando eles dizem respeito a invasão de privacidade de uma pessoa. Como, por exemplo, um endereço privado ou ainda uma opinião política ou religiosa. Por outro lado, a companhia parece ser bem reticente quando os pedidos são referentes às atividades profissionais de uma pessoa.
A imprensa, para quem o direito de “ser esquecido” pode ser recebido como instrumento de censura, também foi afetada com os pedidos – eles cobrem 3,3% das solicitações. Enquanto o Wikipedia representa 0,2% dos pedidos.
De qualquer forma, atualmente o Google apenas remove resultados de busca de sites europeus, que incluem o google.co.uk e google.fr.
No entanto, este cenário tende a mudar. Autoridades da União Europeia querem que o Google estenda o serviço para o seu principal motor: o Google.com.