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Brasil Milícia, tráfico e grupos de extermínio são vinculados a 31 candidatos pelo País

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Do total, 23 são alvos de inquéritos, réus na Justiça ou condenados por integrarem grupos criminosos. (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Na noite de 17 de outubro, eleitores se reuniram no bairro de Itaipu, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para uma caminhada em apoio ao vereador Márcio Cardoso Pagniez, o Marcinho Bombeiro (PSL), que tenta a reeleição. Seria mais um típico evento em ano eleitoral — com distribuição de panfletos e adesivos, cabos eleitorais balançando bandeiras e promessas feitas do alto do carro de som —, se não fosse por um detalhe: o candidato não compareceu. Pagniez está preso, acusado de chefiar uma milícia responsável por vários homicídios na região.

O caso não é isolado. Levantamento contabilizou 31 candidatos a prefeituras e câmaras de vereadores em todas as regiões do país com algum tipo de suspeita de envolvimento com o crime organizado (veja ao fim da reportagem quem é cada um dos 31 candidatos). Do total, 23 são alvos de inquéritos, réus na Justiça ou condenados por integrarem facções do tráfico, milícias e grupos de extermínio. Em outros oito casos, filhos, irmãos, mulheres e amigos usam os nomes dos criminosos para se eleger. Ao todo, 12 candidatos têm laços com milícias e grupos de extermínio; outros 19, com o tráfico.

Segundo o Ministério Público, Pagniez, ex-presidente da Câmara de Belford Roxo, é o mandante da execução de dois usuários de drogas, em abril de 2017. O vereador respondia ao processo em liberdade até setembro do ano passado, quando a promotoria pediu sua prisão por tentar matar, a tiros, uma testemunha, após ser denunciado à Justiça.

Pagniez é um dos dez candidatos a cargos eletivos em municípios da Baixada Fluminense contra quem pesam acusações de conexão com o crime organizado. Em Duque de Caxias, Danilo Francisco da Silva, o Danilo do Mercado (PR), é postulante a uma vaga na Câmara dos Vereadores. Em meio à pré-campanha, em agosto, o político foi alvo de uma operação da Polícia Civil sob suspeita de ser chefe de um grupo de extermínio e ter encomendado a morte de um homem que não topou vender um terreno a ele.

Já o prefeito afastado de Japeri e candidato à reeleição, Carlos Moraes (PSDB), é réu na Justiça pelo crime de associação para o tráfico. Moraes foi flagrado em interceptações telefônicas passando informações sobre operações policiais a um chefe do tráfico da cidade. Segundo o MP, os “diálogos explícitos” demonstram seu “profundo comprometimento com a defesa dos interesses da organização criminosa”. Moraes chegou a ser preso, mas foi solto em outubro de 2019 —desde então, está afastado do cargo e proibido de frequentar a prefeitura.

Em Mato Grosso do Sul, um candidato a vereador acusado de integrar a maior facção do tráfico de São Paulo pede votos aos eleitores usando tornozeleira eletrônica. Rafael Santana de Souza, o Rafael Chupim (PMDB), preso em junho pela Polícia Federal, tenta uma vaga na Câmara de Aral Moreira — cidade na fronteira com o Paraguai. Ele foi detido em flagrante, com outros quatro homens, numa casa em que policiais federais apreenderam mais de 500 quilos de maconha. Um mês depois, Chupim foi solto, mas a Justiça determinou que ele fosse monitorado: o candidato só pode fazer campanha até as 22h; depois, tem que voltar para casa.

Acusações de tráfico não são novidade para políticos de Aral Moreira. O atual prefeito, Alexandrino Arevalo Garcia (PSDB), que tenta a reeleição, foi condenado a quatro anos e oito meses em regime semiaberto por fazer parte de um esquema de tráfico internacional de drogas. Além de Garcia, outros dois condenados por integrarem organizações criminosas disputam o voto do eleitor pelo país: o sargento PM Wainer Teixeira Junior (PSD), condenado por chefiar a milícia de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, tenta uma vaga na câmara do município; já Radson Alves de Souza (Cidadania), candidato a vice-prefeito de Tonantins, no Amazonas, recebeu uma pena de seis anos por lavar dinheiro de uma facção do tráfico.

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