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Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2020
A eleição municipal deste domingo no Rio de Janeiro tem como adversários o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) e o atual mandatário Marcelo Crivella (Republicanos). Paes venceu o primeiro turno com 37,1% dos votos válidos, contra 21,9% de Crivella, que tenta a reeleição e recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No dia 15, data do primeiro turno, o candidato do DEM agradeceu aos cariocas pela vitória parcial nas urnas. “A gente andou pela cidade toda, discutiu a situação e a população é soberana para decidir nas urnas o seu futuro prefeito.”
Enquanto isso, o seu concorrente do Republicanos definiu que “o segundo turno é uma nova eleição” e previu “uma disputa eletrizante”, além de ressaltar o apoio de Bolsonaro: “O apoio que o presidente da República me deu foi muito grande”.
Trajetórias
Bacharel em Direito, Eduardo Paes, 51 anos e ingressou na política em 1996, ao ser eleito vereador pelo então PFL (Partido da Frente Liberal, atual DEM). Em 1998, conquistou uma vaga para deputado federal.
Passados três anos, foi nomeado secretário do Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-prefeito Cesar Maia e em 2002 foi reeleito deputado federal.
Em 2006, concorreu ao governo do Rio de Janeiro, mas perdeu a eleição. Já em 2008 venceu a disputa para a prefeitura do Rio de Janeiro, sendo reeleito em 2012 no primeiro turno, com 64% dos votos. Em 2018, voltou a concorrer ao governo fluminense, no entanto acabou vencido por Wilson Witzel (PSC), atualmente afastado do cargo por impeachment.
Já o carioca Marcelo Crivella tem 63 anos e formação acadêmica como engenheiro civil. É também cantor gospel e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.
Ele foi eleito em 2002 para o senado federal pela primeira vez, pelo antigo PL, atual PR. Foi reeleito em 2010, já pelo PRB, partido que ajudou a fundar. Foi ministro da Pesca e Aquicultura entre 2012 e 2014 no governo da petista Dilma Rouseff.
Voltou ao Senado e pediu licença do cargo para concorrer à prefeitura pela terceira vez, após duas derrotas em 2004 e 2008. Em 2016, venceu a eleição no segundo turno contra Marcelo Freixo (Psol).
Troca de ofensas
Na semana passada, durante o último debate na TV antes do segundo turno, Marcelo Crivella e Eduardo Paes trocaram acusações, ofensas e até ameaças. O atual prefeito declarou que Paes “será preso durante seu mandato, caso seja eleito”, enquanto o seu antecessor reagiu mencionando suspeitas de corrupção na atual gestão.
“Ele que morre de medo de ser preso quando aquele Rafael Alves começar a falar”, respondeu Paes, mencionando um empresário e amigo de Crivella que é pivô de investigações pelo Ministério Público.
Crivella buscou cunhar a expressão “Eduardo Paes rouba, mas faz”, enquanto o ex-prefeito manteve a acusação de “pai da mentira” explorada em sua propaganda de TV. As trocas de acusações levaram a dois direitos de resposta para cada candidato no primeiro bloco, sendo que cada um teve mais um negado pela emissora.
Instado a fazer uma pergunta sobre diversidade, Crivella questionou se Paes iria adotar o ensino de “ideologia de gênero” nas escolas. Paes disse ser contra: “Fui prefeito por oito anos e ninguém viu discussão sobre ideologia de gênero nas escolas. Você está sendo denunciado e vai pegar dois anos de cana por isso”.
Os dois candidatos que disputam a prefeitura foram alvos de operações policiais às vésperas do início da campanha.
– Paes por causa de uma acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral pela prática de caixa dois na eleição de 2012 com recursos da Odebrecht. Ele se tornou réu e responde pelos supostos crimes na Justiça Eleitoral.
– Crivella, por sua vez, também sofreu buscas em sua casa e gabinete numa investigação sobre um suposto esquema de cobrança de propina dentro da prefeitura. Ainda não há denúncia nesse caso. Ele também foi acusado por Paes de não respeitar a principal manifestação cultural da cidade: “O problema, Crivella, é que você quis colocar o povo contra o Carnaval”.