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Geral Centenas de manifestantes ocupam o Congresso da Guatemala e o incendeiam

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O prédio do Congresso da Guatemala foi invadido. Pelo menos 22 pessoas foram presas e outras 20 ficaram levemente feridas. (Foto: Reprodução/Twitter)

Centenas de manifestantes ocuparam o Congresso da Guatemala no sábado (21) e incendiaram vários escritórios até serem despejados pelas forças de segurança e bombeiros, que apagaram o fogo. Os manifestantes, a maioria encapuzados, quebraram a porta de entrada do Parlamento e também as janelas, e arremessaram tochas de fogo para dentro. Os deputados não estavam no plenário. De acordo com um relatório preliminar das autoridades guatemaltecas, pelo menos 22 pessoas foram presas e outras 20 ficaram levemente feridas.

A manifestação foi convocada contra o que na Guatemala é conhecido como “pacto dos corruptos”, uma aliança entre políticos, o setor do setor privado e as máfias do narcotráfico que estiveram no centro do poder no país até a renúncia do presidente Otto Pérez Molina, em 2015, em meio a denúncias de corrupção que precipitaram sua prisão. O pacto ganhou destaque neste sábado, depois que o Congresso aprovou na quarta-feira um Orçamento que, além de não atender às necessidades da população, visava claramente atender aos interesses particulares dos grupos no poder.

Um Orçamento irreal para um país como a Guatemala: 1,7 bilhão de quetzais (cerca de R$ 1,2 bilhão) que priorizam os interesses privados dos políticos acima das necessidades da população. Assim, enquanto os parlamentares prescreviam centenas de milhões de itens como ajuda alimentar para si próprios ou a construção de um novo prédio, eles reduziram o orçamento para hospitais, educação, para a Ouvidoria de Direitos Humanos e para o Gabinete Constitucional, os dois únicos contrapoderes que o governo ainda não cooptou.

O próprio vice-presidente da Guatemala, Guillermo Castillo, pediu ao presidente Giammattei na noite de sexta-feira que os dois renunciassem ao cargo e deixassem o país nas mãos de “um conselho de notáveis”, até que o Congresso indicasse seus sucessores. O presidente, longe de ouvir o seu substituto, tentou defender o Orçamento aprovado sem apresentar argumentos sólidos. Neste contexto, os setores democráticos do país convocaram uma manifestação maciça para sábado, não sem avisar do perigo de possíveis piquetes de infiltrados que visavam tirar a legitimidade do protesto cidadão com atos violentos.

Em declarações ao jornal El País, o procurador de Direitos Humanos, Jordán Rodas, apoiou esta tese. “É uma pena que grupos infiltrados, com sua atitude fanática, manchem uma bela façanha cidadã”, disse ele sobre os incidentes de sábado, acrescentando que a aprovação do Orçamento é apenas a cereja do bolo. “A forma errática no tratamento da pandemia, somada às dúvidas em que um orçamento multimilionário foi administrado para seu combate e os crescentes escândalos de corrupção influenciaram a manifestação deste sábado.”

O analista Manfredo Marroquín, da Transparência Internacional, concorda com essa percepção. “O que aconteceu neste sábado nada mais é do que uma amostra do tédio da população, desesperada por ser governada por máfias entrincheiradas nos três Poderes do Estado”, disse, e completou dizendo que, 10 meses após o início de seu mandato, o governo Giammattei está quase acabado. “Acho que a gestão dele está muito comprometida. A corrupção tem sido o fio condutor em toda a sua administração. A questão do orçamento nada mais é do que a gota d’água que faltava para o copo transbordar. O descontentamento é muito forte. O que a população deseja é uma mudança profunda. Chega de máfias no Governo.”

Diante dos protestos, Giammattei lembrou que existe o direito de manifestação no país, mas que “ele não vai permitir” que bens públicos ou privados sejam vandalizados. “Quem quer que seja comprovada sua participação nesses atos criminosos vai cair em todo o peso da lei”, escreveu ele em uma mensagem em sua conta no Twitter.

Por cerca de 10 minutos, em meio ao caos, os manifestantes conseguiram atear fogo a uma parte do Congresso e também destruir o que encontraram ao seu redor. Posteriormente, foram despejados com bombas de gás lacrimogêneo pela Polícia Nacional Civil. Os bombeiros chegaram ao local logo em seguida para apagar o incêndio.

A tomada do Congresso por alguns minutos aconteceu em meio a uma manifestação acordada para sábado por artistas, coletivos e dezenas de entidades, com o objectivo de rejeitar o Orçamento do Estado para 2021, aprovado pelo Parlamento, em sua maioria pró-governo, e apresentado pelo governo de Alejandro Giammattei.

Assim, enquanto centenas de manifestantes tomavam o Congresso, milhares de outros guatemaltecos se manifestavam contra Giammattei a apenas um quilômetro de distância, em frente ao Palácio Nacional da Cultura (sede do governo). As informações são do jornal El País.

 

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https://www.osul.com.br/centenas-de-manifestantes-ocupam-o-congresso-da-guatemala-e-o-incendeiam/ Centenas de manifestantes ocupam o Congresso da Guatemala e o incendeiam 2020-11-22
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